quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Seguidores da Luz”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Jesus vem para os necessitados
               Jesus, não só assumiu uma vida de muita humildade no meio do povo, como começou sua pregação a partir da escuridão, como escreve Isaías: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; Para os que habitavam nas sombras da morte uma luz resplandeceu” (Is 9,1). Assim Mateus narra o início da pregação de Jesus. Ali era a Galiléia dos pagãos, pois, estando na fronteira, tinha pagãos em seu meio. A extremada caridade de Jesus torna-se luz e vida para o povo que se alegra com Sua presença. Como Jesus vencera o mal na tentação do deserto, o povo que O acolhe é libertado, como escreve o  profeta: “Pois o jugo que oprimia o povo – a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais – tu os abatestes como na jornada de Madiã” (3). Por isso o salmista pode cantar: “O Senhor é minha luz e salvação” (Sl 26). Ali estavam os mais necessitados de luz e vida. É dali que escolhe os primeiros discípulos para seguí-lo. Eram homens que viviam nas trevas, com sotaque diferente, como aconteceu com Pedro na Paixão de Jesus (Mt 26,73). A experiência do sofrimento é importante para compreender a missão de Jesus e cooperar com Ele. Jesus tem um método de escolher seus discípulos: passou, olhou, chamou. A resposta é imediata: Deixam tudo: pai, redes, serviço, ambiente, família, para seguir esse pregador ambulante. A obra que o Pai entregou ao Filho para realizar é o convite à conversão, porque o Reino de Deus está próximo. Sem mudança radical, não é possível acolher o Reino que se aproxima. Os discípulos são radicais na resposta ao chamado para seguí-lo.
Iluminando com Cristo
               O profeta Isaias proclama a transformação das trevas em luz. Com a presença de Jesus, a Galiléia se encheu de luz. Num mundo tenebroso, os discípulos serão luz com Jesus. Para essa grande vitória não será necessário um grandioso exército, mas um punhado de homens iluminados, como na vitória de Gedeão sobre os madianitas com apenas 300 homens (Jz 7,1-25). O discípulo vai ser luz, se morar na casa do Senhor, isto é, na convivência com o Senhor, e saborear sua suavidade e contemplá-lo no seu templo como rezamos no salmo (Sl 26). Eles que se dispuseram ao seguimento total de Cristo, deixando tudo, são capazes de iluminar com Ele como continuadores de sua presença e missão. Não podem ter medo da fragilidade. Os vencedores, na história do povo, foi sempre o resto que permaneceu fiel. Estão unidos à humana fragilidade do Senhor que se fez pequeno e frágil.
Concordes no pensar e agir.
               Os discípulos seguem Jesus na unidade, como exorta Paulo: “Exorto a que sejais todos concordes uns com os outros e não admitais divisões entre vós” (1Cor, 1,10). As divisões não atingem a fé, mas acontecendo em situações humanas de pouco valor, acabam destruindo a paz e a caridade. Cuida-se pouco do aspecto humano dos relacionamentos na comunidade. Presenciamos disputas teológicas que no fundo são mais de fundo político que evangélico. Há sempre uma meta a atingir na vida da comunidade iluminada por Jesus com seu Espírito: “Sei que a bondade do Senhor hei de ver na terra dos viventes” (Sl 26). A celebração eucarística deve ser fonte de iluminação e de formação para a unidade e a concórdia, pois só assim será luz e vida para o mundo. Jesus continua passando e chamando ao seguimento. As vocações nascem da opção por Cristo e não por um status.

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