Os dias de Natal privilegiam a união da família.
Procura-se ir longe para poder estar com aqueles que amamos. Os que são
solitários sofrem com a ausência de alguém com quem compartilhar. Criticamos o comércio
do Natal. Apesar de ser verdade, entendemos que dar presentes é uma alegria. A
exploração não destrói o aspecto de fraternidade que o Natal cria. A simbologia
da ternura torna-se a rainha do momento. Deus que se fez homem na pessoa de
Jesus, o Filho eterno do Pai, uma criança filho da mulher. Essa ternura se
transmite aos que vivem esse momento, mesmo que não seja da mesma fé. Tudo é
fruto da ternura de Deus. Esse momento privilegiado da família pode ser uma fonte
de renovação da família. Os presentes expressam bem aquilo que Deus nos oferece
como presente em seu Filho. Há uma oração do dia de Natal que diz: “Acolhei, oh
Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a terra trocam seus
presentes. Dai-nos participar da Divindade Daquele que uniu a Vós a nossa
humanidade”. Diz também: “Oh admirável comércio”! Deus nos deu sua divindade e
nós lhe damos nossa humanidade. A troca de presente expressa essa verdade de
nossa fé. Esse clima orienta a vida de nossa família na qual cada um é um
presente para o outro. Mais que coisas, o presente expressa a doação que
fazemos de nós mesmos. A família se enriquece na fraternidade. Quanto mais
irmãos, mais o Natal acontece em nossa vida.
Amigos de Deus
Há sempre uma preocupação com aqueles que não têm
nada para o Natal. Por isso temos a distribuição de presentes, atenção às
crianças pobres e cestas de Natal. Há um desejo que haja um Natal sem fome. Os
queridos de Deus são procurados e atendidos. O nascimento de Jesus traz uma
preocupação de solidariedade. Não pensemos que o Natal seja universal. Há
culturas que não sabem nada de Jesus. Os que sabem se dedicam com carinho,
querendo ser a mão de Deus acariciando a todos. Jesus é a máxima expressão do
carinho de Deus. É um aprendizado grandioso. Como Deus foi solidário conosco em
nossa situação de miséria criada pelo pecado que nos fechou as portas do
Paraíso, assim queremos ser solidários, continuado o gesto de Deus. A pobreza
de Cristo não quer canonizar a pobreza como sendo a melhor condição de vida.
Quem faz opção pela pobreza é para ser solidário para que todos saiam da
pobreza que destrói os valores humanos. Nenhum homem ou mulher pode se sentir
menos humano. Deus escolheu a pobreza para nascer, para evangelizar e para constituir
o seu povo. O absurdo é não pensar em ser solidário. O bem que temos é para
repartir. Ninguém vai ficar menos rico por ser solidário.
Nada se perca
A solidariedade de um dia só pode aumentar a
ausência dos bens necessários para a vida. A fraternidade nos leva à
solidariedade o ano todo. O gesto do Natal seja uma escola para que aprendamos
a servir os mais necessitados. Tudo pode sair melhor se a comunidade se
organiza. Jesus disse aos discípulos depois da multiplicação: recolhei os
pedaços que sobraram para que nada se perca. Quanto se perde em nossa
sociedade! O meu supérfluo é de direito do necessitado. Os bens da terra são
para todos. Ninguém é dono de tudo de modo a dispor a seu bel prazer. Tudo o
que temos, mesmo feito por nós, pertence de algum modo ao mundo. Quem tem é
porque recebeu algo já feito, desde o ar até ao trabalho das pessoas. Não
podemos responder como Caim: “Então o Senhor perguntou a Caim: "Onde está
seu irmão Abel? "Respondeu ele: "Não sei; sou eu o responsável por
meu irmão?" (Gn
4,9). O irmão está em nosso coração, onde habita Deus.
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