A
missa de hoje tem um tom de alegria que
é anunciada pela antífona de entrada: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos:
o Senhor está para chegar!”. A oração completa ao pedir: “Dai-nos chegar às
alegrias da Salvação e celebrá-las com intenso júbilo na solene liturgia”. O
profeta Isaias proclama: “Alegre-se a terra que era deserta... exulte a solidão
e floresça como um lírio. Gemine e exulte de alegria e louvores” (Is 53,1-12). O motivo
desta alegria é a vinda do Messias que João anunciou. Envia discípulos para
saber de Jesus se era Ele que devia vir ou deviam esperar outro? Por que esta
pergunta, se já o conhecia? João conhecia as profecias sobre o Messias,
sobretudo as que lemos em Isaias: “Então se abrirão os olhos dos cegos e
descerrarão os ouvido dos surdos. O olho saltará e se desatará a língua dos
mudos” (Is 35,5-6). É um texto denso de
fundamentos na Escritura. Jesus conta aos enviados que Ele realiza a profecia
como ouvimos na sinagoga de Nazaré (Lc 4,16ss). É uma maneira de João apresentar Jesus. O salmo canta
que Deus realiza esta mesma obra de misericórdia para os necessitados (Sl 145). É a inauguração
da era messiânica. Depois que os discípulos de João se vão, Jesus faz o elogio
do profeta: João não é um ramo agitado pelo vento, isto é, um homem levado por
ventos de ideologia, como eram muitos cristãos de então. Não é um homem do luxo
como Herodes e outros. Jesus já contara a parábola do luxuoso e o pobre Lázaro (Lc 16,19). Não se
pode abafar a Palavra com os cuidados exagerados. João é um profeta anunciado
que apresenta o Profeta Jesus, prometido por Moisés (Dt 18,15). João é o maior dos homens que
nasceram. Mas o menor no Reino é maior que ele. Quem é o menor? Maior é aquele
que serve disse Jesus (Lc
22,27). Então Ele é o menor, por isso é maior que João que não concorre
com Jesus, mas o apresenta.
Preparar-se
para a festa
A
primeira intenção do Advento é a Vinda de Cristo no final dos tempos. Junto a
esta, nós nos preparamos para celebrar “as festas que se aproximam”. A vinda
futura existirá porque, primeiro Ele veio na carne para nos mostrar a bondade
misericordiosa de Deus “e abrir-nos o caminho da Salvação” (Prefácio). A alegria
se faz presente neste tempo em que celebramos na solene liturgia o nascimento
do Senhor. Esta alegria não é somente um dado humano, mas espiritual pois é fruto
do Espírito Santo (Gl
5,22). Alegria, porque o Senhor está perto. Este dom do Espírito
dominara Isabel, João Batista que salta de alegria no seio da mãe diante da
presença do Senhor. Maria exulta no Senhor, pois fez nela maravilhas. Alegria é
um imperativo da fé. Não há fé triste.
Esperando
com firmeza
Tiago
exorta: “Ficai firmes até à vinda do Senhor!” (Tg 5,7). E compara esta firmeza à ansiedade de
quem espera o resultado da colheita. “Também vós, ficai firmes e fortalecei
vossos corações porque a vinda do Senhor está próxima... tomai por modelo de
sofrimento e firmeza os profetas” (8.10). A firmeza de João continua aberta ao Messias que vem. Esperamos,
vigilantes, a plenitude dos bens prometidos (Prefácio). A celebração eucarística nos
fortalece porque acolhemos o Senhor que vem em cada celebração para dar o pão
que fortalece e a comunhão dos irmãos que, no Espírito, nos enche de alegria e
leva a continuar a Missão do Messias prometido, esperado e presente no meio de
nós.
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