Temos
ouvido que muitos países, como a União Européia e também o Brasil, tiram os
crucifixos dos lugares públicos para respeitar as outras religiões. A educação
religiosa também foi excluída das escolas. Já vimos alguns resultados
desastrosos. A representação de Cristo Crucificado é a expressão clara do
sofrimento que carregou em toda sua vida. A penitência não é para provocar dor,
mas para viver a dor em união a Cristo sofredor. Jesus diz: “Se alguém quer vir
após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. (Mt 16,24). Ele foi ao
máximo dor: “Aniquilou-se a si mesmo e assumiu a condição de servo...
Humilhou-se e foi obediente até à morte, e morte de cruz” (Fl 27.8). Obediência
é a abertura ao Pai. Ir até ao extremo para manifestar o total amor e atrair ao
mesmo amor. Cristo é o servo sofredor que carregou nossas dores e curou nossas
chagas (Is 53,4-5).
Foi experimentado no sofrimento (Hb 4,15). Por isso pode compreender os que sofrem. Os
sofrimentos não eliminaram em Cristo a alegria de viver e a participação da
vida do povo. Sabia condoer-se das pessoas que sofriam e as convidava: “Vinde a
mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28). A resposta
de Deus a sua entrega foi a Ressurreição.
868.
Mistério da Cruz
A
cruz é uma das forças da espiritualidade. A santidade é coroada de glória e de
espinhos porque o fiel que se une a Cristo passa pelos mesmos sofrimentos que Ele
passou e chega à ressurreição. Infelizmente a cruz não faz parte de nossa
espiritualidade. Basta o espinho da dor tocar nossa carne, como lemos em Jó,
mudamos muito nossa atitude espiritual. Satanás diz a Deus, no livro de Jó: “Estende
agora a mão, e toca-lhe nos ossos e na carne, e ele Te lançará maldições!” (Jó 2,5). A dor e o
sofrimento coroam a vida dos santos. Passam por dificuldades incompreensíveis. É
nela que mostram o cumprimento da vontade de Deus. Não só os santos do altar,
mas os santos nossos de cada dia que carregam grandes sofrimentos com
serenidade. Não queremos o sofrimento, mas sim a disposição com que Cristo se
entregou totalmente ao Pai pelo mundo, “em vez da alegria que lhe foi proposto,
sofreu a cruz, desprezando a vergonha” ( Hb 12,2). As pessoas sofrem muito. Cristãos “devotos” perdem
todo o poder de redenção que o sofrimento possui. Estar unido a Cristo em sua
dor é o maior lenitivo que se possa ter. A santidade não é buscar o sofrimento,
mas encontrar Deus durante o sofrimento e unir-se ao Cristo que se oferece ao
Pai pelo mundo.
869. Cireneus
de cada dia
Unir-se aos que sofrem e dedicar-se a eles como ao Cristo, faz parte da
espiritualidade vivida no sofrimento. Com razão Jesus disse no discurso
escatológico (Mt
25,31-46): “Estive doente e viestes me visitar” (36). Jesus, no caminho do Calvário, recebe
ajuda de Simão de Cirene que foi obrigado a carregar a cruz para que Ele
chegasse vivo ao máximo do sofrimento. Ele é o exemplo claro da espiritualidade
do sofrimento: ajudar a carregar a cruz. Esta ajuda poderia humanizar muito os
sofrimentos dos doentes que, às vezes, ficam completamente isolados em sua dor.
O funcionário de um hospital ou um acompanhante pode simplesmente trabalhar ou
pode ser a mão de Jesus que acaricia e cura os sofredores. Há outros tipos de
males, carências, misérias, sofrimentos espirituais e psicológicos que
necessitam de ajuda. Busquemos todos os meios para ter saúde, e aceitemos todos
os males para completar em nosso corpo o que falta à redenção de Cristo em seu
corpo que é a Igreja (Cl
1,24). O sofrimento é a maior escola espiritual e de sabedoria humana.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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