Após a
celebração de Pentecostes, celebramos a festa da Santíssima Trindade. Há uma
diferença entre estas festas: Naquela celebramos os mistérios de Cristo como acontecimento
de salvação. Na festa da Trindade Santa, não celebramos um fato, mas uma
verdade a ser crida e vivida. Em Jesus nos foi revelado este mistério. É a
verdade fundamental de nossa fé. A Ssma. Trindade é o Mistério mais simples e
mais compreensível de nossa fé. Em Deus não há complicação. Não é um mistério a
se decifrar, mas para amar e participar. Esta celebração tem origem no século
VII e foi estendida a toda a Igreja em 1334. A fé que nos foi dada por Jesus na
existência de um Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, foi alvo de
questionamentos a partir do século IV. Os concílios definiram qual era a fé.
Esta é a fé de todas as Igrejas que se dizem cristãs. É justamente a fé na
Trindade que unirá as ovelhas dispersas. Os textos bíblicos da liturgia possuem
caráter vivencial; os textos oracionais são doutrinários e convidam à adoração.
Reconhecemos a glória da Trindade e adoramos a unidade onipotente. Deus é
maravilhoso na criação; Deus é rico em misericórdia enviando o Filho para
salvar; Deus é benevolente dando o Espírito para nos sustentar no amor. O
prefácio ensina que o Pai, o Filho e o Espírito são um só Deus. Cada Pessoa da
Trindade tem sua missão na unidade das Pessoas. Rezamos: “Confessando nossa fé
na verdadeira sempiterna Divindade, nós adoramos as três pessoas distintas, a
sua essência única e sua igual majestade” Só compreendemos, quando acolhemos.
Uma
fé a ser vivida
Deus
nos deu a participar de sua vida como filhos, pois em Jesus participamos de sua
Vida divina. Ele nos deu o Espírito para que possamos entrar na comunhão de
amor que existe entre as três pessoas. “A prova de que somos filhos é que Deus
enviou aos nossos corações o Espírito de Seu Filho que clama: Abba, Pai” (Gl 4,5). Vivemos a fé
na Trindade não só como a aceitação de um dogma, mas como participação de sua
Vida. Este é o caminho espiritual mais fecundo, aliás, o único possível na vida
cristã. A revelação da Trindade Santa, Três Pessoas em um só Deus, não foi só para
mostrar a identidade de Deus, mas sua Vida. Veio para comunicar-se e chamar à
participação. Somos participantes da natureza divina (2Pd 1,4). A revelação de Deus e sua
Vida é Sua proposta para que as pessoas vivam do mesmo modo, isto é, comunhão
de amor. No livro da Sabedoria lemos: “Minhas delícias eram viver com os filhos
dos homens” (Pr 8,31).
Deus quer participar conosco como um Pai que se alegra e brinca com os
filhinhos.
Comunhão de amor
Reconhecemos
a presença da Trindade na História da Salvação. Deus é fonte de vida e de
comunhão. Se nos dá a vida é para que entremos em comunhão com Ele, e nossa
comunhão é com o Pai e o Filho (1Jo 1,4). Essa comunhão se torna missão, como diz João: “Nós
vimos e damos testemunho e vos anunciamos a Vida Eterna” (2). O amor que temos
por Deus não nos decepciona, pois foi derramado em nós pelo Espírito (Rm 5,5). O Mistério é
grande, mas é muito acessível aos pequeninos. Deus se manifesta para ser amado.
Na precisa entender, basta abraçar o Pai querido.
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