A
Ascensão é um mistério de Cristo pouco valorizado. Mas é de vital importância
para a realização de sua missão, pois, ressuscitado, vai à glória, junto do Pai
para completar a missão no envio do Espírito. Este momento revela plenamente o
mistério de Cristo. Ascensão é o mistério no qual vivemos com Cristo na Glória.
Ele é o fim que ainda está no começo, isto é, temos, mas ainda não recebemos. Já, mas não
agora. É o tempo da posse e da esperança. É a peregrinação dos membros do Corpo
de Cristo para chegar a sua realização. Tem-se a impressão que é o
encerramento. Não se pode pensar que Cristo se foi e encerrou sua missão. Pelo
contrário Ele vem continuamente e atrai a si seus membros que somos nós.
Cristo, nossa cabeça, subiu ao Céu, como lemos em Atos (1,1-11) “não para afastar-se de nossa
humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade
(Prefácio II da
Ascensão). A Ascensão é progressiva para que cheguemos todos ao estado
do homem perfeito, à medida de Cristo na sua plenitude” (Ef 4,13). Por isso os dois Anjos
dizem: “Por que ficais aí, parados, olhando para o céu? Esse Jesus, que vos foi
levado par ao céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (At 1,11). É preciso
ouvir suas palavras: “Vós sereis testemunhas em Jerusalém... e até os confins
da terra” (At 1,8).
Os 40 dias após a Ressurreição, é o tempo propício para os discípulos serem
testemunhas qualificadas de Jesus ressuscitado. Ascensão não é partida, mas
glorificação. Deus se manifestou em nossa história na pessoa do Filho. Hoje se
manifesta na celebração presidida pelo Filho e que abrange céu e terra.
Corações
ao alto (Pós-comunhão)
A
liturgia tem um incessante grito de Ascensão: “Corações ao alto! – Já os temos
no Senhor!” (Prefácio).
Ela é a força de atração que este mistério de Cristo exerce sobre a comunidade.
Ele, junto do Pai, está sempre a interceder por nós (Hb 7,25). A aclamação Corações ao
alto, significa a união com o coração de Cristo sacerdote na comunidade dos
vivos que celebram. Realizamos o mistério como liturgia. Participamos da
liturgia onde vamos buscar a água que brotou do lado de Cristo. Ela é o rio da
vida que transborda entre nós. A força da celebração não está em sua estrutura e em seus ritos, cantos,
criatividades, e sim em sua união com o Cristo que é o Sacerdote do novo culto
ao Pai. A Ascensão coloca-nos nesta perspectiva: Celebramos no Céu, mas estamos
na terra. Afastar-se é fugir do projeto de Deus. A Páscoa se torna assim mais
poderosa e maior glória damos ao Pai.
Mundo em missão
Jesus
diz aos discípulos; “Sereis minhas testemunhas. Sereis revestidos da força do Alto
(Lc 24,48-49)”. O
mistério da Ascensão está unido à missão de Jesus. Ele, a Cabeça, foi, mas
deixou seu Corpo para continuar crescendo. A Ascensão é a energia pascal que expande pelo
universo (Ef.
4,10). A Missão desmistificará as forças do mal.
Somos chamados a descortinar o que somos, como escreve a carta aos Efésios. O
mundo vai irresistivelmente para Deus. Vivemos a presença do Espírito que nos
acompanha ensinado e recordando tudo o que Jesus ensinou. Estamos no tempo da
alegria: Voltaram a Jerusalém com grande alegria, a mesma do nascimento, da
ressurreição e, agora, de sua glorificação.
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