Evangelho segundo S. Lucas 14,25-33. 
Naquele 
tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes:«Se 
alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, 
aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem 
não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, 
desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para 
ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os 
alicerces, se mostre incapaz de a concluir, e todos os que olharem comecem a 
fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de 
concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se 
senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele 
que vem contra ele com vinte mil? 
Aliás, enquanto o outro ainda está longe, 
manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre 
vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org 
Comentário do dia: 
São Josemaría Escrivá de Balaguer 
(1902-1975), presbítero, fundador 
«Amigos de Deus», §§ 65-66 
Construir uma torre
Gostava de subir a uma torre [da catedral de 
Burgos, com os seus filhos mais jovens] para que vissem de perto a pedra 
trabalhada das cumeeiras, um autêntico rendilhado de pedra, fruto de um trabalho 
paciente e custoso. Nessas conversas fazia-lhes notar que aquela maravilha não 
se via de baixo. E […] comentava: isto é o trabalho de Deus, a obra de Deus: 
acabar a tarefa pessoal com perfeição, com beleza, com o primor destas delicadas 
rendas de pedra. Compreendiam, perante essa realidade que entrava pelos olhos, 
que tudo isso era oração, um formoso diálogo com o Senhor. Aqueles que tinham 
gastado as suas energias nessa tarefa sabiam perfeitamente que, das ruas da 
cidade, ninguém veria nem apreciaria o resultado do seu esforço: era só para 
Deus. […] 
Convencidos de que Deus Se encontra em toda a parte, nós 
cultivamos os campos louvando o Senhor, sulcamos os mares e trabalhamos em todas 
as outras profissões cantando as suas misericórdias. Desta maneira, estamos 
unidos a Deus a todo o momento. […] Não esqueçais, contudo, de que estais também 
na presença dos homens e de que estes esperam de vós – de ti! – um testemunho 
cristão. 
Por isso, na nossa ocupação profissional, temos de atuar de tal 
maneira, do ponto de vista humano, que não fiquemos envergonhados nem façamos 
corar quem nos conhece e nos ama; […] e não vos acontecerá como àquele homem da 
parábola que se propôs edificar uma torre: depois de lançar os alicerces, não 
podendo concluí-la, começaram todos os que a viram a zombar dele, dizendo: «Esse 
homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir.» Garanto-vos que, se 
não perderdes a visão sobrenatural, poreis o coroamento na vossa tarefa, 
acabareis a vossa catedral.

 
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