segunda-feira, 1 de agosto de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Desafios da família”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
1750. Situações que deve suportar 
Continuando a reflexão sobre a família no documento “Amoris Laetitia” (A Alegria do Amor), Papa Francisco alerta para algumas dificuldades. Essas foram nascidas das informações que recebeu dos Sínodos sobre a Família. Uma delas é a dificuldade que se refere à função educativa da família. Diz com palavras simples: “Eles chegam em casa cansados, sem vontade de conversar; em muitas famílias, já não há sequer o hábito de comerem juntos, e cresce uma grande variedade de ofertas de distração, para além da dependência da televisão” (AL 50). Ficando longe dos filhos por causa do trabalho, os pais perderam muito em sua função educadora. Quem educa é a TV, meios de comunicação, a rua, a escola e os companheiros que também estão distantes da família. A escola também padece de muitas ideologias que contrastam com o modelo ideal de família. O documento continua alertando sobre a insegurança do futuro. Perder um emprego é sempre um fantasma. Cria-se a ansiedade. Junte-se a isso a questão das drogas que é um flagelo de nosso tempo. Somam-se os vícios da bebida, do jogo e de outras dependências. Outro mal que distancia os filhos dos pais é a dificuldade de se chegar ao trabalho nas grandes cidades. São horas dentro de uma condução nas piores condições humanas. As conseqüência são grandes: “Observamos as consequências desta ruptura em famílias destruídas, filhos desenraizados, idosos abandonados, crianças órfãs de pais vivos, jovens desorientados e sem regras”. Anotamos ainda a questão da violência que educa para o ódio. 
1751. Forças da família 
Dizemos que a família tradicional não existe. Ela também tinha suas fraquezas. A família, contudo, tem forças para mover a sociedade. Ela é benéfica e própria para o amadurecimento das pessoas, para o cultivo dos valores comunitário e para desenvolvimento ético das cidades. Vejamos as palavras firmes do Papa: “Já não se adverte claramente que só a união exclusiva e indissolúvel entre um homem e uma mulher realiza uma função social plena, por ser um compromisso estável tornando possível a fecundidade” (AL 52). E apresenta uma resposta às “outras” uniões: “Devemos reconhecer a grande variedade de situações familiares que podem fornecer certa regra de vida, mas as uniões de fato ou entre pessoas do mesmo sexo, por exemplo, não podem ser simplesmente equiparadas ao matrimônio nem tão pouco ao modelo de família que se assemelha à Família de Nazaré. Nenhuma união precária ou fechada à transmissão da vida garante o futuro da sociedade” (Id), diz o Papa. E ainda diz que não há incentivo aos casais quanto ao papel educativo, nem incentiva a estabilidade da união conjugal. 
1752. Ainda pesa sobre a família 
Há questões que ainda danificam a família: sociedades nas quais ainda vigora a prática da poligamia, convivência pré-matrimonial e, até mesmo sem o sentido de seguir depois ao matrimônio. Dizer que a Igreja é antiquada já é um mal. A força da família está na capacidade de amar, por mais ferida que seja. Há melhoras na situação da mulher vencendo a situação inferior. Mas ainda há muito que mudar (AL 54). É prejudicial a ausência do pai. Por mais difícil que seja, os pais precisam estar juntos. A ideologia de gênero destrói o ser família. É um assunto difícil e está invadindo a orientação educacional. A questão da tecnologia da procriação humana pode ajudar, mas pode destruir o fundamento da família (AL 56). E conclui: “Os grandes valores do matrimonio e da família cristã correspondem à busca que atravessa a existência humana” (AL 57).

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