domingo, 3 de julho de 2016

CENA DE SUPERMERCADO

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
“Na fila do supermercado, o caixa disse a uma senhora idosa: 
- A senhora deveria trazer suas sacolas ecológicas para levar as compras, uma vez que sacos plásticos, não são aconselhados para o nosso meio ambiente. 
A senhora pediu desculpas e disse que não havia essa onda verde no seu tempo. O empregado respondeu: 
- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o meio ambiente. 
- Você está certo – respondeu ironicamente a velha senhora.- Nossa geração não se preocupou com o meio ambiente... Subíamos as escadas pelos degraus, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Íamos a pé fazer as compras, e não de carro... Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas dos bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. A secagem era feita ao sol, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar é que secava nossas roupas. Os meninos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas. Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente. Naquela época tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio. Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando fazíamos nossos embrulhos para despachar pelo correio, usávamos jornal amassado para protegê-los, e não plástico, bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina para cortar a grama; era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade. Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar outra. Afiávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte. Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima. Então, não é ridículo que a atual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?.”
A essas alturas creio que o empregado do supermercado ficou calado, diante desta saraivada de respostas apropriadas da lúcida freguesa. (Fonte: Antonio Ierardi)
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