PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Dimensão pascal do
Natal
O terceiro domingo do
Advento, como o quarto domingo da Quaresma, são domingos da alegria. São as
primeiras luzes que anunciam a festividade que se aproxima como rezamos:
“Dai-nos chegar às alegrias da Salvação e celebrá-las com intenso júbilo na
solene liturgia” (Oração). A alegria é o primeiro
sinal da grande experiência de Deus que fazemos na celebração. O convite à
alegria tem sua razão: “O Senhor revogou a sentença que tinha contra nós e está
no meio de nós” (Sf 3,15.17). O Mistério Pascal
de Cristo penetra todos os momentos da salvação desde a Encarnação até a
Glorificação. Está presente em tudo o que fazemos de bom em todas as
celebrações. Havia uma saudação antiga na Espanha que dizia: “Felizes Páscoas
de Natal”. Natal e Páscoa se unem pelo fio dourado da alegria: A alegria dos
pastores diante do Recém Nascido é a mesma dos discípulos diante do
Ressuscitado. Ali está o Salvador que nos dá a Salvação, isto é, a libertação
de todo mal e a comunhão com a Vida Divina. Rezamos no cântico de Isaías:
“Bebereis com alegria no manancial da salvação” (Is 12,3). Se não nos voltarmos para o sentido de salvação de cada
celebração, perdemos sua finalidade. A celebração não é uma lembrança de um
acontecimento que foi muito importante. É uma presença, de modo sacramental,
isto é, através de símbolos que explicam e realizam o que explicam. Por isso, a
alegria da Vinda do Senhor é justificada pela fé e pelo sacramento. Não há
diferença de conteúdo da celebração e do fato acontecido. Só que, na celebração,
pela fé, participamos do mistério como salvação. Só ver, não dava a salvação.
Pela fé entramos em comunhão com o Mistério celebrado. Por isso podemos nos
alegrar e festejar.
Renovação como projeto
O aparecimento de João
Batista suscitou a esperança da chegada do Messias. Lucas constata: “O povo
estava na expectativa e todos se perguntavam se João não seria o Messias” (Lc 3,15). Já temos o
Messias, mas as Palavras de João são um caminho para a constante renovação.
Assim podemos nos preparar para bem celebrar o Mistério do Natal. Com o coração
sincero perguntam: “Que devemos fazer?”. O que João responde refere-se aos
problemas que se viviam no momento: exagero das riquezas, a corrupção, abuso do
poder e a violência. Para tanto sugere a partilha dos bens, a exatidão nos
negócios e o respeito ao povo. São as tentações permanentes do povo. João dá
testemunho de saber que sua missão era preparar a vinda do Senhor. Celebrando a
festa do Natal, recebemos a missão de anunciar a
salvação que recebemos em Jesus. Ele é nossa alegria e nossa paz.
Preparação
para as festas
A
preparação para o Natal do Senhor é um processo de redenção orientado por João
Batista e levado a efeito pelos múltiplos exercícios recomendados pela Palavra
de Deus: Alegria, mudança de atitudes, acolhimento da obra da redenção tão
fortemente apresentada pelo profeta Sofonias: “O Senhor está perto de ti, o
valente guerreiro que te salva” (Sf 3,17). Nós não podemos deixar de lado o Mistério da
Encarnação. Deus veio morar entre nós. E o Verbo Eterno, Filho de Deus, assumiu
a natureza humana e se fez um como nós para que pudéssemos participar da Vida
Divina. Precisamos meditar e ver as consequências desse gesto de Deus para
conosco. Por isso a liturgia desse terceiro domingo nos fala da alegria. A
sociedade quer acabar com o Natal porque não tem capacidade de viver a
simplicidade de Deus que nasce numa estrebaria e tem por berço um cocho.
Leituras: Sofonias
3,14-18ª; Cânt de Isaias 12, 2-6; Filipenses 4,4-7; Lucas 3,10-18
1.
O terceiro
domingo chama-se domingo da alegria pela proximidade do Natal. Anuncia a
salvação. Natal se une à Páscoa pela Alegria Divina. O Mistério Pascal
atravessa todos os acontecimentos da vida de Jesus que celebramos. Cada
celebração é um momento de felicidade. A celebração é uma presença, na fé, do
acontecimento. Podemos festejar.
2.
O povo estava na expectativa. As palavras de João são
um caminho para constante renovação. Perguntam: que devemos fazer? João
responde às três categorias de pessoas: partilha dos bens, exatidão nos
negócios e respeito ao povo. João sabe que veio para preparar o caminho.
3.
Preparamos o Natal acolhendo a redenção através dos
múltiplos exercícios recomendados pela Palavra de Deus: Alegria, mudança de
atitudes, acolhimento da obra da redenção. É tempo de meditar o Mistério da
Encarnação. A sociedade quer acabar de vez com o Natal. Um Deus nascendo como
homem numa estrebaria, colocado num cocho, deve nos levar a adorar com alegria.
O
homem que falava grosso
Dizemos que o melhor da festa é a
preparação. Por isso a liturgia de hoje nos convida a nos alegrar porque o
Senhor está para chegar. É um domingo chamado da alegria. É como os primeiros raios da aurora que
anunciam o dia. Nesse contexto estamos diante da maravilhosa personalidade de
João Batista, primo de Jesus.
Já havia tempo que não apareciam profetas. João
então impressiona o povo por ser um grande profeta e por trazer uma pregação
que corresponde às profecias: “O Senhor está no meio de ti, valoroso guerreiro
que te salva” (Sf 3,17).
João tinha uma pregação forte e sua sinceridade
atraia a todos: Ele dá respostas ao vários setores da sociedade: o povo, os
homens do poder econômico, o poder militar. Ele se dirige ao povo e aos que têm
o relacionamento direto com o povo.
Seus conselhos são o cuidado com as pessoas: saber
partilhar, não explorar nem roubar o povo e respeitá-lo não o maltratando e
tomando dinheiro pela extorsão .
João tem a humildade de saber qual é a sua missão e
não faz do sucesso uma glória para si, mas endereça ao Messias que ele anuncia.
Jesus o apreciava muito e Ele próprio irá receber esse batismo preparando-se
para sua missão.
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