Evangelho segundo S. Lucas 4,38-44.
Naquele
tempo, Jesus saiu da sinagoga e entrou em casa de Simão. A sogra de Simão estava
com febre muito alta e pediram a Jesus que fizesse alguma coisa por
ela. Jesus, aproximando-Se da sua cabeceira, falou imperiosamente à febre, e
a febre deixou-a. Ela levantou-se e começou logo a servi-los. Ao pôr do sol,
todos os que tinham doentes com diversas enfermidades traziam-nos a Jesus e
Jesus, impondo as mãos sobre cada um deles, curava-os. De muitos deles saíam
demónios, que diziam em altos gritos: «Tu és o Filho de Deus». Mas Jesus, em tom
severo, impedia-os de falar, porque sabiam que Ele era o Messias. Ao romper
do dia, Jesus dirigiu-Se a um lugar deserto. A multidão foi à procura d’Ele e,
tendo-O encontrado, queria retê-l’O, para que não os deixasse. Mas Jesus
disse-lhes: «Tenho de ir também às outras cidades anunciar a boa nova do reino
de Deus, porque para isto fui enviado». E pregava pelas sinagogas da Judeia.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Guilherme de Saint-Thierry (c.
1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense
Meditações
«Dirigiu-Se a um lugar deserto»
Ó Tu, meu refúgio e minha força, leva-me,
como outrora levaste o teu servo Moisés, ao interior do teu deserto, ao lugar
onde a sarça arde sem se consumir (cf Ex 3), onde a alma, invadida pelo fogo do
Espírito Santo, se torna ardente sem se consumir, mas purificando-se.
Leva-me a esse lugar onde não é possível permanecer e por onde não
se avança sem antes se terem desatado as correias dos entraves carnais, onde
Aquele que é não Se deixa certamente ver tal como é, mas onde, no entanto, se
pode ouvi-Lo dizer: «Eu sou Aquele que sou!» Nesse lugar, temos de cobrir o
rosto para não ver o Senhor face a face (1Rs 19,13), mas também temos de nos
esforçar por escutar com humildade e obediência, para discernir o que Deus nos
diz no interior do coração.
Enquanto espero, esconde-me, Senhor, no
recôndito da tua tenda (Sl 26,5) no dia da desgraça; esconde-me ao abrigo da tua
face longe das línguas provocadoras (Sl 30,21), porque me impuseste o teu jugo
suave e o teu fardo leve (Mt 11,30). E, quando me fazes medir a distância entre
o teu serviço e o do mundo, com voz terna e doce me perguntas se é mais
agradável servir-Te a Ti, o Deus vivo, do que a deuses estranhos (2Cr 12,8).
Então, eu adoro essa mão que pesa sobre mim e exclamo: «Já me dominaram por
demasiado tempo outros mestres, que não Tu! Só a Ti desejo pertencer, porque o
teu braço me mantém erguido!»
Nenhum comentário:
Postar um comentário