Os sacramentos são a continuação de
Jesus Salvador. Os sacramentos são expressões de Jesus, de sua missão e de seus
gestos. A fundamentação bíblica do sacramento da Unção dos Enfermos está na
atenção de Jesus para com os doentes e na ordem que dá para curar os doentes,
como vemos em diversos lugares: Jesus, por onde passava, curava as pessoas de
todos os tipos de doenças e enfermidades (Mt 9,35). No discurso na casa de
Cornélio Pedro afirma sobre Jesus: “Ele que passou fazendo o bem e curando a
todos aqueles que haviam caído no poder do diabo (At 10,38). Consta da missão
dos discípulos a cura dos doentes: “Curai os enfermos que nela houver” (Lc
10,9). Jesus quer que permaneça sua atenção para com os doentes. Jesus coloca a
visita aos enfermos entre os itens sobre os quais seremos julgados: “Estive nu
e me vestistes, doente e fostes me
visitar, preso e viestes ver-me” (Mt 25,36). Tiago leva à prática concreta:
“Alguém entre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que
orem sobre ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará
o doente e o Senhor o porá de pé; e se tiver cometido pecado, estes lhe serão
perdoados” (Tg 5,14-15). Esta unção é curativa tanto física como
espiritualmente. Perdoa pecados e muitas vezes cura a pessoa. É Jesus que
continua sua missão.
317. Um
sacramento para os doentes
A partir desses textos, vemos o
cuidado de Jesus com os doentes. A Igreja sempre se preocupou em administrar
aos seus fiéis esse sacramento. Muita gente tem medo e o vê mal, pois dizem:
está tão mal que chamaram até o padre. É um sacramento de mau agouro? Assim se
pensa porque era dado às pessoas das quais não se tinham mais esperança de
vida. Agora pensamos mais no doente e não no moribundo. Quem está com doença
séria, ou vai fazer uma operação de risco, ou está envelhecido, pode recebê-lo
até mais vezes. Não é uma bençãozinha qualquer, como se costuma fazer em certos
grupos. Infelizmente muita gente não o recebe, ou seja por estar distante ou
pela falta de formação religiosa.. O padre e o bispo são os ministros. Os
bispos já pediram a Roma que diáconos ou leigos pudessem administrá-lo porque a
maioria morrem sem ele. Foi negado. O motivo: a Unção também perdoa pecados, o
que é missão sacerdotal. Mas o leigo pode administrar o batismo que livra do
pecado original. Assim se reza ao ungir o doente com óleo: “Por esta santa
unção e por sua piíssima misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a
graça do Espírito Santo, para que, liberto de teus pecados, Ele te salve e, na
sua bondade, alivie teus sofrimentos”. Perdoe e alivie os sofrimentos.
318. Um
sacramento mais amplo.
Certamente sabemos que o rito
sacramental existe dentro do rito prescrito. Mas não se fecha, na sua ação
redentora, só dentro daquele momento. Ele influi na vida da Igreja e da
sociedade, como o batismo que nos dá uma vida que dura eternamente. O
sacramento da Unção dos Enfermos vai longe e envolve tudo o que se refere ao
doente e quer aliviar suas dores e dar saúde. Tantos cristãos se dedicaram na
história a criar estruturas de atendimento aos doentes. As estruturas
hospitalares, médicos, enfermeiros, farmácias, planos de saúde, formação
científica, estudos e pesquisas, pastorais da saúde, da criança, da visitação e
outros. A espiritualidade desse sacramento é a capacidade que temos de
continuar fazendo Jesus chegar a cada doente e aliviá-lo. Faz parte da vida.
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