domingo, 10 de maio de 2015

Homilia do 6º Domingo da Páscoa (10.05.15)“O maior amor é dar a vida”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
O Pai é a fonte do amor
            Amar é viver o relacionamento que o Pai tem com o Filho no Espírito. É a identidade de Deus, pois Deus é amor. Esse amor Ele comunicou a nós quando nos entregou seu Filho. Nós temos o amor erótico (eros) no qual dominam os sentidos. Temos amor amizade (filia) que está presente em nossos relacionamentos. O amor que há Deus é ágape. Vivendo esse amor vivemos mais intensamente e com mais proveito e por mais tempo que o amor erótico e o amor de amizade. Celebramos a Páscoa de Jesus em sua Morte, Ressurreição e Glorificação. Com o início do tempo do Espírito, a Palavra de Deus proclamada anuncia que o amor é o conteúdo do ensinamento de Jesus. Sua vinda ao mundo foi motivada não por nossa necessidade, mas porque o Pai amou primeiro: “Nisto consiste o amor de Deus entre nós: “Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo para que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou-nos o seu Filho como vítima de reparação por nossos pecados” (1Jo 4,9-10). O amor de Deus veio primeiro porque Deus é fonte do amor. Quem ama nasceu de Deus, pois Deus é amor (7). O Filho ama como o Pai O ama. O amor que nos transmite e ensina a viver, Ele o aprendeu do Pai. Quando amamos como Deus ama, nosso amor é Divino, mesmo sendo o amor carnal e o amor de amizade. Jesus manda que permaneçamos no seu amor, como Ele permanece no amor do Pai. O amor que o Filho teve por nós é sua entrega de vida até a última gota de sangue e até o último suspiro.  O amor Divino é aquele que se entrega e se põe a serviço de todos esperando uma única recompensa: amar mais e até o extremo do amor, como Jesus (Jo 13,1). O que mais ama é aquele que dá a vida: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida pelos amigos” (Jo 5,13). Por esse amor entramos nos segredos de Jesus, pois somos seus amigos (Jo 15,15).
O amor aberto a todos
            Jesus enviou o Espírito para criar o novo mundo fundado na fraternidade aberta a todos. Normalmente temos sede de conquistar pessoas para nossa Igreja e que ninguém fuja, pois consideramos que ali está toda ação de Deus. Fora dela tudo é do mal. Jesus não pensa assim, pois, Pedro, quando vai à casa do pagão Cornélio, diz que “Deus não faz distinção de pessoas. Pelo contrário, aceita quem O teme e pratica a justiça, qualquer seja a nação a que pertença (At 10,34-35). Não só Pedro aceitou entrar à casa do pagão, como também o Espírito Santo veio sobre os pagãos que ali estavam. Eles tiveram seu Pentecostes, como os judeus convertidos. Jesus acolhe a todos pelo Espírito. Por isso o salmo aclama: “Os confins do universo contemplaram a salvação de nosso Deus” (S. 97).
Corresponder ao que celebramos
            Nas orações (eucologia) da liturgia deste sexto domingo suplicamos “que nossa vida corresponda aos mistérios que recordamos” (oração) que são “o sacramento do amor de Deus” (oferendas), pois o mistério de Cristo é expressão do amor de Deus. É esse mistério que celebramos na Eucaristia. Deus quer que produzamos frutos. O sacramento celebrado é o momento em que a Ressurreição de Cristo produz os frutos em nós, infundindo a força do alimento salutar da Eucaristia (pós-comunhão). Permanecer em Cristo, como o ramo está unido ao tronco é produzir frutos que permaneçam (Jo 15,16). O amor vivido é o mesmo amor celebrado. O mandamento do amor torna-se a fonte da vida e caminho de celebração. É o amor que se torna comunhão com o Corpo de Cristo e com os irmãos neste Corpo.
Leituras:Atos 10,25-26.34-35.44-48;Salmo 97; 1João 4,7-10 João 15,9-17 
1.   Amar é viver o relacionamento do Pai com o Filho no Espírito. Temos o eros(,) a filia e o ágape que é o amor de Deus.  Esse é o amor que Jesus nos mostrou na redenção. O amor de Deus veio primeiro e é fonte de todo amor. Amor é dar a vida. 
2.   O amor dado por Deus é aberto a todos. Ninguém é dono dele. Deus não faz distinção de pessoas e dá o Espírito a todos, como deu aos pagãos na casa de Cornélio. 
3.   Nas orações (eucologia) da celebração pedimos que nossa vida corresponda aos mistérios que celebramos. Esse mistério é o amor de Deus para que produzamos frutos. O amor é comunhão a Cristo e aos irmãos, pois todos vivem o mesmo amor.      
            A paixão pelo amor. 
A paixão pelo amor produz frutos. Jesus, em suas palavras durante a Santa Ceia, insiste na verdade suprema do amor. O amor existe porque Deus nos amou. O amor que Jesus tem por nós é o mesmo que o Pai tem por Ele.  Amar é guardar os mandamentos do Pai, como Jesus guardou.
Deus deu dez mandamentos ao povo judeu. Jesus deu um mandamento só. Cumprindo este, todos os outros estarão realizados. Esse mandamento é a síntese de tudo o que Jesus fez e quis para nós: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,12). Amor não é só sentimento, mas doação total de vida, como Jesus deu a vida.
Sem amor não conhecemos Deus, pois Deus é amor. O amor a Deus existe quando amamos os outros. Deus nos amou dando Jesus. Sabemos amar porque Deus nos amou primeiro e enviou seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados.
            Jesus foi o maior amante do mundo. Amou todos e tudo que há no mundo, por isso deu o Espírito Santo aos pagãos. 
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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