segunda-feira, 4 de maio de 2015

EVANGELHO DO DIA 4 DE MAIO

Evangelho segundo S. João 14,21-26.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele». Disse-Lhe Judas, não o Iscariotes: «Senhor, como é que Te vais manifestar a nós e não ao mundo?» Jesus respondeu-lhe: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou. Disse-vos estas coisas, enquanto estava convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São João da Cruz (1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja 
O Monte Carmelo, livro 2, cap. 22 
«A palavra que ouvis não é minha, mas é do Pai, que Me enviou»
A razão principal por que na Lei Antiga eram lícitas as perguntas que se faziam a Deus, e era justo que os profetas e os sacerdotes quisessem revelações e visões de Deus, era porque ainda não estava bem fundamentada a fé nem estabelecida a Lei evangélica. […] Mas agora, […] não há razão para O interpelar daquela maneira, nem para que Ele agora fale e responda como então. Porque ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua Palavra (Jo 1,1) – e não tem outra –, Deus disse-nos tudo ao mesmo tempo, e nada mais tem a revelar. 
É este o sentido daquele texto de S. Paulo aos Hebreus: o que antigamente Deus disse pelos profetas a nossos pais de muitos modos e de muitas maneiras, agora, por último, nestes dias, disse-nos pelo Filho de uma só vez (Heb 1,1-2) […] 
Portanto, quem agora quisesse consultar a Deus ou pedir-Lhe alguma visão ou revelação, não só cometeria um disparate, mas faria agravo a Deus, por não pôr os olhos totalmente em Cristo e buscar fora dele outra realidade ou novidade. 
Deus poderia responder-lhe desta maneira : «Se já te disse tudo na minha Palavra, que é o meu Filho – e não tenho outra –, que mais te posso Eu responder agora ou revelar? Põe os olhos só nele, porque nele tudo disse e revelei, e acharás ainda mais do que pedes e desejas. […] Fi-lo desde o dia em que desci com o meu Espírito sobre Ele no monte Tabor dizendo: “Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu encanto, escutai-O” (Mt 17,5). Já não tenho mais fé para revelar, nem mais nada para manifestar. Porque, se falava antes, era prometendo a Cristo; e, se Me interrogavam, as perguntas eram orientadas à petição e esperança de Cristo, no qual haviam de encontrar o Bem total, como vo-lo explica agora a doutrina dos evangelistas e dos apóstolos.» 

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