segunda-feira, 13 de outubro de 2014

REFLETINDO A PALAVRA - “Cristo é a Luz”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Eu sou a luz do mundo.
            Celebramos no meio da Quaresma um domingo diferente, um domingo alegre, chamado ‘Laetare = alegrai-vos! Ele nos faz ver os primeiros clarões da festa da Páscoa. A oração da missa convida-nos a “correr ao encontro das festas que se aproximam cheios de fervor e exultando de fé”. Este domingo apresenta também a temática quaresmal de preparação para o batismo. É chamado o domingo do cego de nascença. Jesus faz um milagre que é símbolo do batismo. É a Iluminação. Aquele que se prepara para o batismo é iluminado pela luz de Cristo que é a Luz. Notamos que o cego não pede para ser curado não conhece Jesus nem sabe de seus milagres. Vemos assim que a cura dos olhos que simboliza o dom da fé é gratuita. A iluminação leva ao ato de fé. Ele não conhecia Jesus nem soubera quem o curara. Jesus fez lama com saliva e barro e passou nos olhos dele mandando que fosse se lavar na fonte chamada Siloé, que quer dizer enviado. Ele é o Enviado de Deus que lava os olhos para enxergar pela fé. Encontrando-o Jesus lhe pergunta: “‘Acreditas no Filho do Homem?’ Respondeu ele: ‘Quem é, Senhor, para que eu o creia Ele?’ Jesus lhe disse: ‘ Tu o estás vendo; é aquele que fala contigo!’ Ele exclamou: ‘Eu creio, Senhor’”! Antes de curar o cego, Jesus se declara luz do mundo (Jo 9,8). A cura do cego simboliza que a cegueira que impede acreditar em Jesus pode ser curada na medida em que se acolhe sua pessoa, como enviado do Pai: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). Ele diz a verdade e tem como testemunha o Pai (8,18). O fechamento e a recusa dos fariseus vem da auto-suficiência. Jesus afirma: “Eu vim ao mundo para que os que não enxergam vejam e os que vêem tornem se cegos” (9,39). Afirmando que vê, sendo cego – não iluminado por Cristo, permanece no pecado que é a cegueira.
Agora sois luz no Senhor
            Ao sermos batizados somos iluminados e nos tornamos “Luz no Senhor” (Ef 5,8). Essa iluminação torna-se um modo de vida: “Vivei como filhos da Luz” (8). A luz tem seus frutos: bondade, justiça, verdade (5,9). No caminho batismal, recebemos a água viva (vimos domingo passado) e somos iluminados e nossa vida transparece essa iluminação. É a vida nova vinda da Vida que é Cristo (veremos domingo que vem). Vivei como filhos da luz, ensina S.Paulo. A Quaresma, sendo memória de nosso batismo, conduz-nos à renovação de nossa vida de fé. Nossa luz deve resplandecer.
Deus vê o coração.
            Jesus é o Ungido de Deus. Davi foi ungido por Samuel para ser rei no lugar de Saul que fracassara. É escolhido entre os filhos de Isaí. Não foi a estatura nem a bela aparência que impressionaram a Deus nessa escolha. “O homem vê as aparências, Deus vê o coração” (1 Sm 16,7). Davi era jovem e de belos olhos. Lembramos que Golias, quando o vê, despreza-o (   ). Ele se torna o ungido do Senhor. Assim também o Senhor vê nosso coração e nos unge para uma missão de ser luz. Vivendo como filhos da Luz, somos luz para os que nos cercam. São Leão Magno diz aos batizados: Cristão, reconhece tua dignidade. O que recebemos no batismo nos une de tal modo ao Senhor Jesus, que assumimos sua missão.

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