terça-feira, 7 de outubro de 2014

O TERÇO DO MARGINAL

PADRE CLÓVIS DE JESUS
BOVO CSsR
P. Pierre, amigo dos marginais, foi agradecer a um sujeito por ter salvo a vida de uma criança, prestes a morrer afogada no rio.No caminho uma senhora entregou-lhe um terço (de contas de prata e crucifixo de ouro) para aplicar sua venda em favor dos pobres. O padre agradeceu e continuou o caminho da ponte, onde morava o sujeito que salvou a criança. Mas este recebeu mal o padre: 
- Eu não estou precisando do senhor. Pode voltar. 
- Mas Deus precisa de você. Você salvou a vida de uma criança. 
- Não preciso do agradecimento de ninguém. Nem de padre, nem de Deus, nem de ninguém. Acho melhor deixar-me em paz, pois estou requentando meu almoço. 
- Você, ao menos, salvaria outra criança? 
- Certamente. Mas o que você tem com isso? 
- Tenho e muito. Há tanta gente morrendo de fome. Você poderia, ao menos, rezar por eles. Aqui tem um terço que uma senhora me deu para essa finalidade. Aceite este presente e reze por meus pobres. Adeus, meu amigo. 
O marginal, cujo nome era João Clochard, pegou o terço, examinou-o bem e sentiu um arrepio: “Não é este o terço que minha mãe me deu?” Correu para alcançar o padre e lhe disse: 
- Este terço foi meu. Ganhei da minha mãe. Depois abandonei a família devido à minha vida escandalosa. No desespero da fome, eu vendi para a primeira pessoa que apareceu. Perdi completamente a Fé, mas quero voltar para o bom caminho. Este terço é o começo da minha volta.
Ambos se deram as mãos e o padre o reconciliou com Deus também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário