Evangelho segundo S. Lucas 4,31-37.
Naquele
tempo, Jesus desceu a Cafarnaúm, cidade da Galileia, e a todos ensinava ao
sábado. E estavam maravilhados com o seu ensino, porque falava com
autoridade. Encontrava-se na sinagoga um homem que tinha um espírito
demoníaco, o qual se pôs a bradar em alta voz:«Ah! Que tens que ver
connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar? Sei quem Tu és: o Santo de
Deus!»Jesus ordenou-lhe: «Cala-te e sai desse homem!» O demónio,
arremessando o homem para o meio da assistência, saiu dele sem lhe fazer mal
algum. Dominados pelo espanto, diziam uns aos outros: «Que palavra é esta?
Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles saem!» A sua
fama espalhou-se por todos os lugares daquela região.
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§
311-314
«Vieste para nos arruinar?»
Os anjos e os homens, criaturas inteligentes
e livres, devem caminhar para o seu último destino por livre escolha e amor
preferencial. Podem, por conseguinte, desviar-se. De facto, pecaram. Foi assim
que entrou no mundo o mal moral, incomensuravelmente mais grave que o mal
físico. Deus não é, de modo algum, nem directa nem indirectamente, causa do mal
moral. No entanto, permite-o por respeito pela liberdade da sua criatura e
misteriosamente sabe tirar dele o bem. […] Do maior mal moral jamais praticado,
como foi o repúdio e a morte do Filho de Deus, causado pelos pecados de todos os
homens, Deus, pela superabundância da sua graça (cf Rom 5,20), tirou o maior dos
bens: a glorificação de Cristo e a nossa redenção. Mas nem por isso o mal se
transforma em bem.
«Tudo concorre para o bem daqueles que amam a
Deus» (Rom 8,28). O testemunho dos santos não cessa de confirmar esta verdade.
Assim, Santa Catarina de Sena diz aos «que se escandalizam e se revoltam contra
o que lhes acontece»: «Tudo procede do amor, tudo está ordenado para a salvação
do homem, e não com nenhum outro fim.» E Juliana de Norwich: «Compreendi, pois,
pela graça de Deus, que era necessário ater-me firmemente à fé […] e crer, com
não menos firmeza, que todas as coisas serão para bem»
Nós cremos firmemente que
Deus é o Senhor do mundo e da história. Muitas vezes, porém, os caminhos da sua
Providência são-nos desconhecidos. Só no fim, quando acabar o nosso conhecimento
parcial e virmos Deus «face a face» (1Cor 13,12), é que nos serão plenamente
conhecidos os caminhos pelos quais, mesmo através do mal e do pecado, Deus terá
conduzido a criação ao repouso desse Sábado definitivo, em vista do qual criou o
céu e a terra.
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