Evangelho segundo S. Mateus 5,13-19. 
Naquele 
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal 
se corromper, com que se há de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser 
lançado fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode 
esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende a candeia para a 
colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a 
todos os que estão em casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de 
modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu.» «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas 
levá-los à perfeição. Porque em verdade vos digo: Até que passem o céu e a 
terra, não passará um só jota ou um só ápice da Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, se alguém violar um destes preceitos mais pequenos, e ensinar 
assim aos homens, será o menor no Reino do Céu. Mas aquele que os praticar e 
ensinar, esse será grande no Reino do Céu. 
Da Bíblia Sagrada 
- Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org 
Comentário do dia: 
Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978 
Discurso de 4/5/1970 aos 
casais do Movimento Equipas de Nossa Senhora (© copyright Libreria Editrice 
Vaticana) 
«Deus criou o ser humano à sua imagem, […] Ele os criou homem e 
mulher» (Gn 1,27)
Como a Sagrada Escritura nos ensina, o 
matrimónio, antes de ser um sacramento, é uma grande realidade terrena: «Deus 
criou o homem à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; Ele os criou homem e 
mulher» (Gn 1,27). É preciso recordar todos os dias esta primeira página da 
Bíblia, se quisermos compreender o que é, o que deve ser um casal humano, um 
lar. […] A dualidade dos sexos foi querida por Deus, para que o homem e a 
mulher, juntos, fossem imagem de Deus, e, como Ele, nascente de vida: «Crescei e 
multiplicai-vos, enchei e dominai a terra» (Gn 1,28). Uma leitura atenta dos 
Profetas, dos Livros Sapienciais e do Novo Testamento mostra-nos, de resto, o 
significado desta realidade fundamental e ensina-nos a não a limitar ao desejo 
físico, […] mas a descobrir nela o carácter complementar dos valores do homem e 
da mulher, a grandeza e as fraquezas do amor conjugal, a sua fecundidade e a sua 
abertura ao mistério do desígnio do amor de Deus. Este ensinamento conserva 
ainda hoje todo o seu valor e imuniza-nos contra as tentações de um erotismo 
destruidor. […] 
O cristão tem consciência disto: o amor humano é bom 
na sua origem e, embora esteja, como tudo o que existe no homem, ferido e 
deformado pelo pecado, encontra em Cristo a sua salvação e a sua redenção. […] 
Quantos casais encontraram, na sua vida conjugal, o caminho da santidade, nesta 
comunidade de vida, que é a única fundada num sacramento! Obra do Espírito Santo 
(cf Tt 3,5), a regeneração baptismal faz de nós criaturas novas (cf Gal 6,15), 
para que «assim caminhemos nós, também, numa vida nova» (Rom 6,4). Nesta grande 
empresa de renovação de todas as coisas em Cristo, o matrimónio, também ele 
purificado e renovado, torna-se uma realidade nova, um sacramento da Nova 
Aliança. E eis que no limiar do Novo Testamento, como na entrada do Antigo, se 
forma um casal. Mas, ao passo que aquele, formado por Adão e Eva, foi a fonte do 
mal que se espalhou sobre o mundo, o de José e Maria é a plenitude de onde a 
santidade se expande sobre toda a terra. 

 
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