segunda-feira, 1 de setembro de 2025

São Josué, o Patriarca Dia da Festa: 1º de setembro século XII a.C.

O jovem Josué serviu como aprendiz a serviço de Moisés. Ele adquiriu experiência e conhecimento, tornando-se um homem cheio do espírito de sabedoria. Por causa dessa sabedoria e docilidade, ele merecia se tornar o sucessor de Moisés, que conduziria o povo à terra prometida. A travessia do Jordão foi mais uma procissão litúrgica, liderada por Josué, do que um ato militar. No centro do evento estava a Arca carregada pelos sacerdotes. Assim que tocaram a água, ela se abriu para permitir que o povo atravessasse em terra seca. A conquista de Jericó também foi apresentada como um ato litúrgico, com os sacerdotes como protagonistas. Durante seis dias, eles lideraram a procissão ao redor dos muros da cidade. No sétimo dia, eles circundaram os muros da cidade sete vezes e, ao final do último dia, ao som de trombetas, os muros ruíram. Os dois episódios compartilham uma premissa teológica: a conquista da terra foi um presente de Deus, e Josué foi seu instrumento. 
Etimologia: Do hebraico 'Jehoa-Schiuah' e significa 'o Senhor salva' 
Martirológio Romano: Comemoração de São Josué, filho de Num, servo do Senhor, que, pela imposição das mãos de Moisés, foi cheio do espírito de sabedoria e, após a morte de Moisés, conduziu maravilhosamente o povo de Israel ao longo do curso do Jordão até a terra prometida. Josué, filho de Num, membro da tribo de Efraim e segundo filho de José, é uma figura bíblica que viveu no século XII a.C. Seu nome original era Oseias, mas Moisés, um de cujos discípulos mais fiéis ele sucedeu como líder do povo judeu, mudou seu nome para Josué, que significa "Javé salva". Ele é mencionado pela primeira vez no livro do Êxodo, capítulo 17:9-14, quando, durante sua longa peregrinação pelo deserto, o povo judeu, tendo fugido do Egito sob a liderança de Moisés, foi forçado a lutar contra a tribo dos amalequitas, nômades que sempre foram inimigos de Israel. No deserto, confrontos entre tribos nômades eram comuns, especialmente pelo direito de usar as fontes de água próximas aos oásis. Nessa ocasião, Moisés convocou seu fiel assistente e o encarregou de lutar contra seu líder, Amaleque, selecionando os homens mais capazes. Neste local, Refidim, no deserto do Sinai, Josué travou uma longa batalha, enquanto Moisés, Arão e Hur observavam do alto de uma colina. Os destinos da batalha alternavam-se para melhor ou para pior, dependendo se Moisés mantinha as mãos erguidas ou as abaixava devido à exaustão; então Arão e Hur sustentaram seus braços no alto até o pôr do sol, quando Josué emergiu vitorioso da batalha. Novamente em Êxodo, ele é lembrado como o único companheiro de Moisés no Monte Horebe, quando Deus ditou as Tábuas da Lei, os Dez Mandamentos. Em Números, capítulo 27, 15-23, lemos: “Disse o Senhor a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem de espírito, e impõe-lhe a mão. Então o apresentarás ao sacerdote Eleazar e a toda a comunidade, e na presença deles lhe darás as tuas ordens. Comunicarás a ele a tua dignidade, para que toda a comunidade dos filhos de Israel lhe obedeça...”. A partir daquele momento, Josué passou a ter o poder de emitir as mesmas ordens que Moisés e de pedir ao sacerdote que consultasse a vontade divina por meio de um oráculo. Moisés estava, assim, preparando um novo líder para o povo de Israel, que agora se aproximava da terra prometida, pois ele e todos os judeus da geração anterior, que haviam desconfiado de Deus durante seus quarenta anos de peregrinação no deserto, iriam, pela vontade de Deus, na melhor das hipóteses, apenas vislumbrá-la, morrendo antes de alcançá-la. Em Números 34:16, Deus indica a Moisés os nomes dos homens que dividiriam a terra prometida entre as diversas tribos de Israel e, juntamente com o sacerdote Eleazar, que sucedeu seu pai Arão, Deus também indicou Josué, filho de Num. E no livro de Deuteronômio, capítulo 31:7-8, Moisés investe oficialmente Josué diante de todo o povo: “Seja forte, seja valente! Pois você conduzirá este povo à terra que o Senhor jurou a seus pais; você a dará a eles como sua possessão. O Senhor irá adiante de você e estará com você. Ele não o abandonará nem o negligenciará. Não tenha medo, não trema!” Josué estava ao lado de Moisés nos momentos finais de sua longa vida, quando o grande legislador e líder de Israel pronunciou a bênção solene sobre as doze tribos descendentes dos filhos de Jacó, e quando, aos 120 anos de idade, morreu no Monte Nebo, avistando de lá a terra prometida. Nesse ponto da cronologia bíblica, o livro de Josué se encaixa, composto por 24 capítulos, relatando os feitos do sucessor de Moisés na conquista e no assentamento do povo de Israel na região de Canaã, a terra prometida. O povo, sob sua liderança, cruzou o Rio Jordão, precedido pela Arca da Aliança carregada pelos sacerdotes. Assim como aconteceu com o Mar Vermelho e Moisés, o Jordão, que estava inundado, parou em seu fluxo impetuoso, permitindo que a longa fila de pessoas e animais cruzasse em terra firme. Com esse milagre, Deus exaltou Josué diante do povo, assim como havia exaltado Moisés, e o povo começou a reverenciá-lo, assim como havia reverenciado Moisés. Uma descrição detalhada de toda a jornada de Israel para se estabelecer na região está além do escopo desta entrada, portanto, apenas os milagres mais conhecidos atribuídos a Josué são mencionados. A captura da cidade de Jericó foi realizada por Josué, que fez a Arca da Aliança prosseguir em procissão ao som das trombetas dos sacerdotes, circundando os muros da cidade por sete dias. Ao final do sétimo circuito, ele fez todo o povo judeu gritar e tocar as trombetas, e os muros ruíram, permitindo assim a derrota e a morte dos amedrontados defensores de Jericó. Outro evento milagroso ocorreu durante a batalha contra os amorreus em Gibeão, quando Josué, para assegurar uma vitória completa sobre o inimigo derrotado e em fuga, dirigiu-se ao sol, dizendo: "Ó sol, detém-te sobre Gibeão, e tu, ó lua, sobre o vale de Aijalom". O sol parou, prolongando o dia, e os israelitas massacraram os seus inimigos, que não tinham conseguido reagrupar-se durante a fuga. De modo geral, a expansão do numeroso povo de Israel para a fértil terra de Canaã foi realizada através de conquistas pacíficas, mas também houve repetidos episódios de guerra e violência, que o escritor sagrado do Livro explica recordando a ordem do Senhor de devotar essas populações ao extermínio, para evitar o perigo recorrente de contaminação religiosa. A entrada de Israel na Terra Prometida era um plano de Deus; nada poderia impedi-lo, nem mesmo outros homens. Daí os horrendos massacres de exércitos e populações inteiras, com cidades completamente destruídas. Tendo chegado à Palestina, Josué realizou a divisão do país entre as doze tribos históricas, estabelecendo todas as leis ditadas por Moisés. Muito tempo se passou em paz, e Josué, já idoso e com idade avançada, convocou uma grande assembleia popular em Siquém e proferiu o discurso de despedida ao povo, fazendo-o prometer fidelidade a Deus, seu Pai e líder supremo. Ele morreu aos 110 anos; seu túmulo ainda é visível hoje em Khirbet Tibuah, ao norte de Jerusalém; enquanto os ossos do patriarca José, trazidos do Egito durante a fuga dos israelitas, foram enterrados em Siquém. 
Autor: Antonio Borrelli 
"Josué, filho de Num, serviu a Moisés desde a sua juventude": assim começa a história desta figura ilustre na história do povo de Israel, responsável pela conquista da Terra Prometida, segundo o livro de Números 11:28. É certamente impossível esboçar brevemente um retrato completo de Josué, a quem um livro inteiro do Antigo Testamento é dedicado. Esta figura está presente na Bíblia desde o início dos acontecimentos de Israel no deserto do Sinai, durante o Êxodo do Egito. De fato, o encontramos pela primeira vez na batalha contra o povo de Amaleque: foi a Josué, um membro da tribo hebraica de Efraim, cujo nome simbolicamente significava "o Senhor salva", que Moisés confiou a liderança do exército hebreu, como mencionado no livro de Êxodo 17:9-16. O resultado triunfante dessa operação militar, doravante, vinculou seu nome especialmente a empreendimentos desse tipo. Isso não diminui, contudo, o fato de que ele esteve ao lado de Moisés como um "ajudante" no cume do Sinai (Êxodo 24:13; 32:17) e também foi guardião da tenda santa da aliança, o santuário móvel do povo no deserto (Êxodo 33:11). Seu nome, contudo, sempre permaneceu ligado às inúmeras batalhas de Israel, começando com a primeira expedição à Terra Santa. Moisés, de fato, o investiu solenemente como seu sucessor antes de sua morte: "Moisés tomou Josué e o apresentou diante do sacerdote Eleazar e de toda a comunidade. Impôs-lhe as mãos e lhe deu suas ordens, como o Senhor havia ordenado" (Números 27:22-23). ​​Com este novo general, agora comandante supremo, teve início uma grande empreitada: a conquista da terra de Canaã, evento narrado nos primeiros doze capítulos do livro que leva seu nome. Esta obra leva seu nome, pois ele foi seu principal agente. Uma vez atravessado o Jordão, como já havia ocorrido no Mar Vermelho, ocorreu uma série de massacres que deixam perplexo qualquer um que se aproxime da Bíblia hoje. Segundo a visão judaica, tratava-se de um ato de violência "sagrado", atribuível a ordens divinas, conhecido como "herem", que significa anátema, consistindo em uma espécie de guerra santa que consagra a Deus tudo o que se interpõe ao avanço de Israel por meio de um holocausto colossal. No entanto, não é melhor interpretar literalmente essas páginas bíblicas, muitas vezes épicas e retóricas, mas sim lembrar que a Bíblia não é uma série de teses abstratas sobre Deus, mas sim a Revelação de um Deus que caminha ao lado da humanidade através da história, repleto de limitações, instigador de eventos questionáveis ​​e violentos. É precisamente por esse caminho, que pode ser definido como "paciente", que o próprio Josué e seu povo tribal são conduzidos em direção a horizontes melhores de amor e paz. Tendo dividido os territórios conquistados entre as várias tribos, Josué sentiu que sua missão havia sido cumprida. Em um discurso testamentário, no capítulo 23 do livro de mesmo nome, ele confiou a Israel a tarefa de sempre manter erguida a tocha de sua identidade única. Finalmente, em Siquém, diante de todas as tribos reunidas no então santuário central, ele celebrou um solene ato de aliança entre seu povo e Deus. O capítulo 24 é, portanto, uma bela passagem em que Josué pronuncia o Credo bíblico e todo o povo responde reafirmando sua promessa de fidelidade ao Senhor, expressando-a por meio do verbo bíblico de adoração e fé, "servir", repetido no texto quatorze vezes. No alvorecer do terceiro milênio da era cristã, o novo Martyrologium Romanum ainda registra, em 1º de setembro, a memória desta figura do Antigo Testamento: "Comemoração de São Josué, filho de Num, servo de Deus. Após a imposição das mãos de Moisés, ele foi preenchido com o espírito de sabedoria e, após a morte de Moisés, conduziu milagrosamente o povo de Israel, através do Jordão, para a terra prometida". 
Autor: Fabio Arduino

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