Evangelho segundo São Mateus 13,47-53.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O Reino dos Céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes.
Logo que se enche, puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos, e o que não presta deitam-no fora.
Assim será no fim do mundo: os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos
e a lançá-los na fornalha ardente. Aí haverá choro e ranger de dentes.
Entendestes tudo isto?». Eles responderam-Lhe: «Entendemos».
Disse-lhes então Jesus: «Por isso, todo o escriba instruído sobre o Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas».
Quando acabou de proferir estas parábolas, Jesus continuou o seu caminho.
Tradução litúrgica da Bíblia
(540-604)
Papa, doutor da Igreja
«Morais sobre Job»,
Livro XIII, SC 212
A ascese vigilante do justo
«Os meus dias extinguem-se» (Job 17,1).
O fôlego esgota-se com o medo do juízo, porque quanto mais a alma do eleito se sente próxima do juízo supremo, mais treme de pavor ao examinar a sua consciência e, se chega a descobrir em si algum pensamento carnal, consome-o no fogo da penitência. O eleito bate na sua consciência com tanto mais penetração quanto mais espera rigorosamente o juiz, já próximo.
É por isso que os eleitos acreditam que o seu fim está sempre próximo. De facto, se a alma do réprobo se comporta muitas vezes mal, é porque acredita que ainda tem muito tempo de vida neste mundo. Assim, o fôlego do justo murcha e o do injusto fortalece-se; precisamente porque se enche de orgulho, o seu fôlego não se extingue. Mas, quando o justo considera a brevidade da sua vida, afasta-se das faltas de orgulho e de impureza. Daí o aditamento: «Os meus dias extinguem-se; só me resta o sepulcro» (Job 17,1). Aquele que considera o que será na morte age com temor; e, já não estando vivo, por assim dizer, a seus próprios olhos, vive com verdade aos olhos daquele que o formou.
É por esta ascese vigilante que o homem justo escapa às armadilhas do pecado. Donde as palavras da Escritura: «Em todas as tuas obras, lembra-te do teu fim, e jamais haverás de pecar» (Si 7,36)
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