quinta-feira, 22 de maio de 2025

Rita de Cássia Esposa e mãe, religiosa e Santa (1381-1457)

Por séculos Santa Rita de Cássia foi uma das Santas mais populares na Igreja Católica. Ela é conhecida como a "Santa do Impossível" por suas impressionantes respostas às orações, como também pelos notáveis sucessos de sua própria vida. Santa Rita queria ser freira, mas por obedecer a seus pais, casou-se. Seu marido causou-lhe muitos sofrimentos, mas ela devolveu sua crueldade com oração e bondade. Com o tempo ele se converteu, chegando a ser considerado temeroso de Deus. Mas Santa Rita teve que suportar uma grande dor quando seu marido foi assassinado. Santa Rita descobriu depois que seus dois filhos estavam pensando em vingar a morte do pai. Ela temia que pusessem seus desejos em ato de acordo com o malicioso costume da vingança. Com um amor heróico por suas almas, ela suplicou a Deus que os levasse desta vida antes de permitir-lhes cometer este grande pecado. Não muito tempo mais tarde, ambos morreram depois de preparar-se para encontrar com Deus. Sem seu marido e filho, Santa Rita entregou-se à oração, penitência e obras de caridade. Depois de um tempo ela aplicou para ser admitida no Convento Agostiniano em Cássia. Ela não foi aceita, mas depois de orar a seus três especiais santos patronos — São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolas de Tolentino — milagrosamente entrou para o convento e foi permitido que ficasse. Isto aconteceu por volta de 1441. No convento, a vida de Santa Rita foi marcada por sua grande caridade e severas penitências. Suas orações obtiveram para outros, curas notáveis, libertação do demônio e outros favores especiais de Deus para que ela pudesse compartilhar na dor de Sua Coroa de Espinhos, Nosso Senhor deu a Santa Rita uma ferida de espinha em sua fronte. Foi muito dolorosa e expelia um odor desagradável, mas ela o considerava uma graça divina. Ela orava "Oh amado Jesus, aumenta minha paciência na medida que aumenta meus sofrimentos". A ferida durou para o resto de sua vida. Santa Rita faleceu em 22 de maio de 1457 à idade de 76 anos. As pessoas se amontoaram no convento para pagar seus últimos respeitos. Inumeráveis milagres tiveram lugar através de sua intercessão, e a devoção a ela estendeu-se a todos os lados. O corpo de Santa Rita foi conservado perfeito por vários séculos, e às vezes dava uma doce fragrância. Na cerimônia de beatificação, o corpo da Santa elevou-se e abriu os olhos. Deus escutou as orações de Santa Rita pelos outros em inumeráveis ocasiões e certamente ela estará feliz por interceder mais uma vez, em nome daqueles que rogam a ela agora — para continuar percebendo a verdade de seu grande nome.
A pequena periferia de Roccaporena, na Úmbria, foi berço de Margarida Lotti, provavelmente por volta de 1371, chamada com o diminutivo de “Rita”. Seus pais, humildes camponeses e pacificadores, procuraram dar-lhe uma boa educação escolar e religiosa na vizinha cidade de Cássia, onde a instrução era confiada aos Agostinianos. Naquele contexto, amadurece a devoção a Santo Agostinho, São João Batista e São Nicolau de Tolentino, que Rita escolheu como seus protetores. 
Rita, mulher e mãe 
Por volta de 1385, a jovem se uniu em matrimônio com Paulo de Ferdinando de Mancino. A sociedade de então era caracterizada por diversas contendas e rivalidades políticas, nas quais seu marido estava envolvido. Mas a jovem esposa, através da sua oração, serenidade e capacidade de apaziguar, herdadas pelos pais, o ajudou a viver, aos poucos, como cristão de modo mais autêntico. Com amor, compreensão e paciência, a união entre Rita e Paulo tornou-se fecunda, embelezada pelo nascimento de dois filhos: Giangiacomo e Paulo Maria. Porém, a espiral de ódio das facções políticas da época acometeram seu lar doméstico. O esposo de Rita, que se encontrava envolvido, também por vínculos de parentela, foi assassinado. Para evitar a vingança dos filhos, escondeu a camisa ensanguentada do pai. Em seu coração, Rita perdoou os assassinos do seu marido, mas a família Mancino não se resignou e fazia pressão, a ponto de desatar rancores e hostilidades. Rita continuava a rezar, para que não fosse derramado mais sangue, fazendo da oração a sua arma e consolação. Entretanto, as tribulações não faltaram. Uma doença causou a morte de Giangiacomo e de Paulo Maria; seu único conforto foi pensar que, pelo menos, suas almas foram salvas, sem mais correr o risco de serem envolvidos pelo clima de represálias, provocado pelo assassinato do marido. 
Monja agostiniana 
Tendo ficado sozinha, Rita intensificou sua vida de oração, seja pelos seus queridos defuntos, seja pela família de Mancino, para que perdoasse e encontrasse a paz. Com a idade de 36 anos, Rita pediu para ser admitida na comunidade das monjas agostinianas do Mosteiro de Santa Maria Madalena de Cássia. Porém, seu pedido foi recusado: as religiosas temiam, talvez, que a entrada da viúva de um homem assassinado pudesse comprometer a segurança do Convento. No entanto, as orações de Rita e as intercessões dos seus Santos protetores levaram à pacificação das famílias envolvidas na morte de Paulo de Mancino e, após tantas dificuldades, ela conseguiu entrar para o Mosteiro. Narra-se que, durante o Noviciado, para provar a humildade de Rita, a Abadessa pediu-lhe para regar o troco seco de uma planta e que sua obediência foi premiada por Deus, pois a videira, até hoje, é vigorosa. Com o passar dos anos, Rita distinguiu-se como religiosa humilde, zelosa na oração e nos trabalhos que lhe eram confiados, capaz de fazer frequentes jejuns e penitências. Suas virtudes tornaram-se famosas até fora dos muros do Mosteiro, também por causa das suas obras de caridade, juntamente com algumas coirmãs; além da sua vida de oração, ela visitava os idosos, cuidava dos enfermos e assistia aos pobres. 
A Santa das rosas 
Cada vez mais imersa na contemplação de Cristo, Rita pediu-lhe para participar da sua Paixão. Em 1432, absorvida em oração, recebeu a ferida na fronte de um espinho da coroa do Crucifixo. O estigma permaneceu, por quinze anos, até à sua morte. No inverno, que precedeu a sua morte, enferma e obrigada a ficar acamada, Rita pediu a uma prima, que lhe veio visitar em Roccaporena, dois figos e uma rosa do jardim da casa paterna. Era janeiro, período de inverno na Itália, mas a jovem aceitou seu pedido, pensando que Rita estivesse delirando por causa da doença. Ao voltar para casa, ficou maravilhada por ver a rosa e os figos no jardim e, imediatamente, os levou a Rita. Para ela, estes eram sinais da bondade de Deus, que acolheu no Céu seus dois filhos e seu marido. Santa Rita expirou na noite entre 21 e 22 de maio de 1447. Devido ao grande culto que brotou logo depois da sua morte, o corpo de Rita nunca foi enterrado, mas mantido em uma urna de vidro. Rita conseguiu reflorescer, apesar dos espinhos que a vida lhe reservou, espalhando o bom perfume de Cristo e aquecendo tantos corações no seu gélido inverno. Por este motivo e em recordação do prodígio de Roccaporena, a rosa é, por excelência, o símbolo de Rita.

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