A celebração do Batismo de Jesus está unida à Manifestação do Senhor como o Natal e Epifania, completando-se com a apresentação de Jesus aos discípulos em Caná. Deus se manifestou na pessoa de Seu Filho: “Quem me viu, viu o Pai”, diz Jesus a Filipe. Esta Manifestação se destina a levar todos à comunhão de amor que o Pai nos dá em seu Filho. Quando os hebreus chegaram à Terra Prometida, a arca da aliança parou no meio do rio e as águas se abriram para o povo passar. Quando Jesus entrou nas águas do Jordão, os céus de abriram e o Pai mostrou a nova terra prometida: Seu amor pelo Filho. Este amor é garantido pela presença do Espírito que acompanha Jesus e a todos os que O acolherem. A missão do Filho que continua o amor do Pai é fazer o bem, como diz Pedro na casa de Cornélio: “Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com Êle” (At 10,38). Jesus foi ungido pelo Espírito para fazer o bem. Este é seu poder. Lemos em Isaías que o Servo de Deus, figura profética de Jesus, é amado por Deus para uma missão de promover a justiça: “Eu te formei e constituí com centro da aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão e livrar do cárcere os que vivem nas trevas” (Is 42,6-7). Em cada batismo realizado na comunidade, não acontece um ato que só interessa individualmente, mas é um momento da comunidade. Entre todos os dons do batismo, é importante a entrada na Igreja, Corpo Místico de Cristo. É nela que se desenvolvem os dons para o serviço de todos.
Interiormente transformados.
Toda nossa vida cristã está em Cristo. Dela participamos. O Batismo é nossa adesão a Cristo e a sua missão. O rito externo da água e das orações explica e realiza essa transformação interior. Pelo Batismo nos é dada a participação no amor do Pai pelo Filho. Somos filhos amados do Pai, como o Filho bendito Jesus. A voz que veio do alto para Ele, vem para nós também. Somos Filhos amados do Pai e recebemos dele todo amor. Recebemos o mesmo Espírito que conduziu e fortaleceu Jesus. A transformação interior deve atingir nossas atividades e modo de vida como foi profetizada pelo Servo, apresentado na primeira leitura, e realizada por Jesus. A missão de Jesus nasce de sua união com o Pai. À medida que nos unimos a Ele participamos da mesma missão e somos objeto do mesmo amor. A festa de hoje é um convite a assumir o Batismo. É o compromisso que assumimos quanto ao modo de viver. “Cristão, reconhece tua dignidade” diz São Leão Magno, Papa.
Perseverar constantemente
O Espírito Santo conduz Jesus em toda sua missão. Após o envio do Espírito em Pentecostes, é Ele quem dirige a Igreja e está no coração dos fiéis dando os dons, movendo à missão e discernindo sua vocação na Igreja. Convém escutar o Espírito e seguir sua inspiração. Rezamos na oração: “Concedei aos vossos filhos adotivos, renascido da água e do Espírito Santo, perseverar constantemente em vosso amor” (oração). Como Jesus, fomos ungidos pelo Espírito para realizar sua missão. É necessária a colaboração pessoal e o empenho em perseverar na graça do sacramento. A coerência cristã exige fidelidade onde estivermos. Deus não nos persegue. Providente, acompanha-nos como o fez com Jesus.
Leituras: Isaias 42,1-4.6-7; Salmo 28
Atos 10,34-38; Marcos 1,7-11.
1. No ciclo da Manifestação, temos também o Batismo de Jesus. Ele se destina a levar à comunhão de amor que o Pai nos dá em seu Filho. Em Jesus vemos o Pai. Jesus vive o amor do Pai fazendo o bem. O Servo é uma profecia sobre Jesus e seu modo de viver. O batismo é um ato comunitário. Entramos em um corpo, Igreja e nele se desenvolvem os dons que recebemos.
2. Toda a vida cristã está em Cristo. Dela participamos. Ele é nossa adesão a Cristo e sua missão. Pelo Batismo nos é dada a participação do amor do Pai pelo Filho. Somos filhos amados do Pai. A transformação interior deve atingir nossas atividades para viver como Jesus.
3. O Espírito conduz Jesus em sua missão e nos move à missão e discernimento da vocação. Pedimos a perseverança no amor e a fidelidade. Deus nos acompanha como o fez com Jesus.
Bom de ouvido
Naquele momento do Batismo de Jesus, os ouvidos amaturecidos pela fé puderam ouvir o que marca a vida de Jesus: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho todo o meu amor” (Mc 1,11). Somente do Céu podia vir essa voz.
Ali é o momento da unção de Jesus para uma missão. Esta não é tanto dizer coisas, mas ser o carinho de Deus para com todos, pois Jesus andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio porque Deus estava com Êle. O Espírito Santo sempre o guiou.
O batismo de Jesus não é igual ao nosso, pois Ele não precisava do perdão do pecado. Mas mostra como deve ser nossa vida: fazer o bem e viver guiado pelo Espírito Santo. Ao sermos batizados estamos unidos a Ele, pois somos também chamados de filhos amados de Deus que coloca em nós todo seu amor.
Unido ao Natal e Epifania, o Batismo de Jesus é uma manifestação de Deus em Jesus.
Homilia do Batismo do Senhor (11.01.2015)
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