Evangelho segundo São Lucas 17,7-10.
Naquele tempo, disse o Senhor: «Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado, lhe dirá quando ele volta do campo: "Vem depressa sentar-te à mesa"?
Não lhe dirá antes: "Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, até que eu tenha comido e bebido. Depois comerás e beberás tu"?
Terá de agradecer ao servo por lhe ter feito o que mandou?
Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: "Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer"».
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo de Milão, doutor da Igreja
Sobre o Evangelho de São Lucas 8, 31-32
«Somos inúteis servos»
Que ninguém se vanglorie do que faz, pois é de simples justiça que sirvamos o Senhor. Enquanto vivermos, devemos trabalhar sempre para este Senhor. Reconhece, pois, que és um servo e estás obrigado a um grande número de serviços. Não te envaideças por seres chamado «filho de Deus» (1Jo 3,1): reconheçamos esta graça, mas não esqueçamos a nossa natureza. Não te gabes de teres servido bem, pois fizeste o que devias fazer: também o Sol desempenha o seu papel, a Lua obedece, os anjos cumprem os seus serviços. São Paulo, «o instrumento escolhido pelo Senhor para os pagãos» (At 9,15), escreve: «Eu não mereço o nome de apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus» (1Cor 15,9). E, se mostra que não tem consciência de qualquer falta, acrescenta de seguida: «Mas nem por isso estou justificado» (1Cor 4,4). Não pretendamos, pois, ser louvados por nós próprios, nem antecipemos o juízo de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário