Na cidade de Eracléia (na Trácia), sofreram o martírio, devido ao ódio à fé cristã, 40 santas mulheres, virgens e viúvas. Nicéforo Calisto levanta a hipótese de que estas mulheres seriam esposas dos 40 mártires de Sebaste (comemorados em 9 de março), mas não é possível documentar tal fato.
O relato do martírio foi feito no primeiro Martirológio Romano e a sua autenticidade é digna de fé. Todas as fontes antigas, como o Menológio de Basílio Porfirogenito, dão validade a esta antiga tradição. A "Paixão" menciona o diácono Amon como o mestre e promotor da conversão ao Cristianismo do numeroso grupo de senhoras.
No tempo do Imperador Constantino (280-337), Licínio Valério Liciniano (250-325) estava associado na direção do Império no Oriente. A perseguição contra os cristãos, cessada definitivamente com o Edito de Milão de 313, e firmado por dois imperadores, ainda estava esporadicamente em uso.
Licínio mandou Baudo à Berea como funcionário. Apenas instalado, ele recebeu uma denúncia contra Celsina, priora, e as quarenta virgens e viúvas reunidas com ela em uma comunidade monástica. Depois de um interrogatório em que finge se sujeitar às disposições do funcionário pagão, Celsina se retira em oração e é exortada a perseverar pelo diácono Amon, seu diretor espiritual.
Durante o segundo interrogatório, estando presente toda a comunidade de monjas, os ídolos se esmigalharam e o sacerdote de Zeus foi elevado por anjos pelos ares e precipitado ao solo, esfacelando-se, enquanto Amon e as 40 senhoras cristãs se retiravam.
Baudo ficou enfurecido e mandou colocar um elmo de bronze na cabeça de Amon, mas o elmo voou em direção à cabeça do mesmo Baudo, que nada fez para perdoar os mártires. Enviou o grupo para Licínio, em Eracléia, onde as virgens veneraram as relíquias de Santa Glicéria, virgem e mártir, depois elevada à padroeira da cidade.
O imperador ordenou que todo o grupo fosse jogado às feras, mas os animais não quiseram tocá-las. Licínio então mandou matar o diácono Amon, as virgens encabeçadas por Celsina e as viúvas por Lourença, massacrando-as por grupos em meio aos maiores suplícios inventados pelos pagãos.
Apesar do fato de que a história de seus tormentos e seu martírio, tem todos os sinais da lenda e da fantástica hagiografia, parece não haver dúvida sobre sua existência e seu testemunho de fé.
A data do martírio, levando-se em conta os anos de governo dos imperadores Constantino e Licínio, e do Edito de Milão de 313, se pode deduzir que tenha sido no ano de 312 ou 313.
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