domingo, 17 de novembro de 2024

17 de novembro - São João Castilho

São João Castilho, nasceu em 14 de setembro de 1595, em Belmonte, Espanha, na nobre família de Castilho. Seu pai Afonso, era corregedor da cidade e sua mãe, Maria Rodrigues, zelava pela sólida formação cristã dos seus dez filhos. Quatro deles abraçaram a vida religiosa: João, o primogênito, e três filhas, que entraram para a Ordem das Monjas Concepcionistas Franciscanas. Ainda menino João entrou no colégio dos Jesuítas. Quando acabou os estudos, foi enviado pelos pais à Universidade de Alcalá. Entrou no noviciado da Companhia de Jesus em 1614, aos 18 anos de idade. Deixou então a faculdade de direito e foi estudar Filosofia. Foi nesse tempo que por lá passou o Padre João Viana, que buscava voluntários para as missões na América. Como muitos outros jovens, João ofereceu-se com generosidade, e foi aceito. Ao terminar os seus estudos de filosofia, foi mandado para o Colégio da Conceição do Chile. Gozava de boa saúde física. Nos estudos encontrou algumas dificuldades. Era de temperamento colérico, como Santo Inácio de Loyola, mas ao mesmo tempo dotado de uma gentileza cativante e figura esbelta. Em 1625 foi ordenado sacerdote. Enquanto lecionava, aprendia a língua guarani, para poder um dia trabalhar entre os índios. Começou o seu ministério na redução de São Nicolau, no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, onde aprofundou o conhecimento da língua indígena. Ele era afável, bondoso e desprendido, estimado por todos. Venerava a Virgem Maria com grande confiança. Logo conquistou a simpatia de todo o povo da redução. Submetia-se, de boa mente, aos sacrifícios que as circunstâncias dele exigiam. Tornou-se carpinteiro, lavrador, enfermeiro. Limitava o descanso ao mais essencial da vida. Tinha que enfrentar certos caciques. A choça, em que morava, era extremamente precária. As paredes eram de taquara. O frio no inverno, por vezes, era tanto que não o deixava dormir. Por comida havia um pouco de milho cozido e farinha de mandioca, o cardápio dos índios. Tinha que enfrentar longas caminhadas, a pé. Vivia uma interminável quaresma, todos os dias do ano. Jejuava muito. Uma pequena refeição à noite era luxo que os missionários se permitiam somente na Páscoa. Todos os jesuítas e demais missionários daquela época tinham perfeita consciência do perigo em que viviam. Preparados para a morte, viviam privações e sofrimentos constantes. Nesta época os bandeirantes caçavam e escravizavam o povo Guarani encontrando nas Reduções Jesuítas grandes grupos e facilidade de prende-los, São João de Castilho, foi vítima da incompreensão humana. O cacique Nheçu, acreditando que eliminando os padres afastaria a ameaça dos bandeirantes, mandou matar a todos para assim afugentar a ameaça dos caçadores de índios. Na sexta-feira 17 de novembro, investiram contra ele e o arrastaram até o mato. Bofetadas, vestes rasgadas, amarradas as mãos com cordas: arrastado pelo mato, seu corpo virou uma imensa chaga. As testemunhas oculares afirmavam que ele repetia sempre: "Tupanrehê", que quer dizer "Seja por amor de Deus". Agradecia-lhes também o que estavam fazendo e dizia que iria para o céu. Crivado de flechas, golpeado, os índios cansados acabaram por esmagar-lhe a cabeça. No dia seguinte seu corpo foi queimado e destruída sua cabana e objetos sagrados. O seu processo de beatificação foi concluído em 1934, e foi canonizado pelo papa João Paulo II em 1988, junto com os outros mártires.

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