No século II, depois do último assédio de Jerusalém, Marcos, o primeiro entre os gentios, tornou-se Bispo da Cidade. Com grande fé e trabalho como guia da Igreja local, fragmentada por medo das perseguições, conseguiu reconstruí-la, até sofrer o martírio durante o império de Antônio Pio.
Martirológio Romano: Comemoração de São Marcos, bispo de Jerusalém, que foi o primeiro entre os gentios a ter a liderança da Igreja da Cidade Santa, que, tendo se desintegrado por medo de perseguições, começou a se reunir novamente com sua fé e sua laboriosidade.
O pouco que sabemos sobre esse personagem vem de uma breve menção a Eusébio de Cesaréia. Depois de recordar o último cerco de Jerusalém sob o imperador Adriano, a expulsão dos judeus da cidade e a sua substituição por uma linhagem estrangeira, e a mudança do nome de Jerusalém para Elias (136), o historiador acrescenta: “Também a Igreja da cidade era composta por gentios e o primeiro a dirigi-la, depois dos bispos da circuncisão, foi Marcos".
Adônis foi o primeiro, segundo a tradução de Eusébio feita por Rufino, a introduzir a menção de Marcos em seu Martirológio, situando-o arbitrariamente em 22 de outubro, qualificando-o de muito ilustre e muito culto, e acrescentando que havia sofrido o martírio pouco depois.
De Adone a notícia passou, quase de forma idêntica, para o Martirológio de Usuardo, de onde C. Barônio a retirou para introduzi-la no Martirológio Romano, especificando, sem qualquer prova, que o martírio de Marcos ocorreu durante o reinado do imperador Antonino Pio. (138-161).
O culto de Marcos é desconhecido no Oriente. Nem o Calendário Palestino, como nos é fornecido, por exemplo, pelo calendário palestino-georgiano do Sinaiticus 34, nem os sinaxários bizantinos fazem menção a ele.
Autor: Joseph-Marie Sauget
Fonte:
Biblioteca Sanctorum
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