que parece ter sido, segundo vários escritores,
bispo de Jerusalém.
Ele aparece pela primeira vez citado
por São Lucas, no seu Evangelho:
Tendo Jesus entrado em Jericó, atravessava a cidade. Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos publicanos, e rico; este procurava ver quem era Jesus, porém não o podia conseguir por causa da multidão, porque era de baixa estatura. Correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque estava para passar por ali. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa; porque importa que eu fique hoje em tua casa. (Lc. 19, 1-5)
Esta proposta de Jesus, não só surpreendeu o próprio Zaqueu, mas igualmente todos aqueles que estavam presentes naquela ocasião, visto que, como o diz o evangelista, aquele homem “era chefe dos publicanos, e rico”. Mas Jesus sabia o que se passava no coração daquele homem, que era certamente honesto e bom e desejava sinceramente conhecer “o caminho, a verdade e a vida”.
Zaqueu devia ser então um homem ainda relativamente jovem, mas alguém que, para fazer o ofício que praticava, tinha provavelmente um coração duro, gostava dos prazeres que procura o dinheiro; era talvez arrogante e vaidoso, ganancioso e luxurioso. Mas, tendo sabido aproveitar o momento da graça que Jesus lhe proporcionara, mudou completamente, tornando-se, podemos conjecturar, um homem com coração de criança, cultivando em si as virtudes que via praticar à volta dele: a humildade que lhe veio de ter sido e ser ainda um pecador perdoado; abandono à vontade divina e reparação pelos erros cometidos e pela sua falta de caridade até então.
Zaqueu é lembrado por Eusébio de Cesareia (265-340), bispo de Cesareia Palestina e historiador da origem da Igreja, que, na sua “História Eclesiástica”, enumera o nome dos primeiros quatro bispos de Jerusalém e cita Tiago, o Justo, Simeão, Justo e São Zaqueu. É citado por vários hagiógrafos, inclusive pelo cardeal Cesare Barónio no século XVI.
século 2
Martirológio Romano: Comemoração de São Zaqueu, bispo, que teria governado a Igreja de Jerusalém em quarto lugar depois de São Tiago, irmão do Senhor.
O Martirológio Romano relata apenas dois santos chamados Zaqueu, um bispo de Jerusalém com festa em 23 de agosto e o outro mártir de Cesaréia na Palestina junto com s. Alfio com festa no dia 17 de novembro.
São Zaqueu bispo, é relatado por Eusébio (265-340) bispo de Cesaréia e historiador das origens da Igreja, que na sua "Historia Ecclesiastica" enumera os nomes dos primeiros quatro bispos de Jerusalém, nomeadamente s. Apóstolo Tiago, o Menor, s. Simeão, Justus e s. Zaqueu.
Então sim. Zaqueu foi o quarto bispo de Jerusalém e viveu no século II.
Infelizmente, nada mais se sabe sobre ele; o hagiógrafo Adone († 875) foi o primeiro a incluí-lo no seu 'Martirológio', do qual passou ao de Usuardo († 877) e deste ao 'Martirológio Romano', compilado por carta. César Baronio no século XVI.
Mas há um terceiro s. Zaqueu conhecido como Publicano, figura evangélica que na verdade é mais lembrada no Oriente do que pelos latinos, no dia 20 de agosto e em outras datas; a Igreja Copta em 20 de abril; os bizantinos no 32º domingo depois de Pentecostes; no Martirológio de Rabban Sliba ele é lembrado em 27 de agosto como bispo de Cesaréia; ele não é mencionado no Martirológio Romano.
Na França, uma tradição lendária faz com que ele venha da Palestina para Roc Amadour como marido de Verônica e venerado sob o nome de Amadoro no dia 20 de agosto.
Zaqueu era o rico líder dos publicanos, ou seja, dos publicanos que tinham a função de cobradores de impostos em Jericó e apesar de ser judeu, por esta atividade a serviço dos romanos, era desprezado pelos seus conterrâneos.
Quando Jesus passou por Jericó, Zaqueu, que era de baixa estatura, subiu num sicômoro para vê-lo.
O Mestre o viu, convidou-o a descer e pediu-lhe que o hospedasse em sua casa, apesar dos murmúrios de desaprovação dos presentes.
Daquele encontro na casa de Zaqueu, o Publicano, Jesus obteve dele a promessa de que distribuiria metade dos seus bens aos pobres e se tivesse fraudado alguém, devolveria quatro vezes o valor extorquido.
Fora desta história do Evangelho, nada mais se sabe; tudo o resto é lenda, como a sua qualificação como bispo de Cesaréia da Palestina, o seu desembarque em França, o seu casamento com Verónica, a sua identificação com o eremita Amadoro, etc.
Autor: Antonio Borrelli
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