Evangelho segundo São João 6,51-58.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo».
Os judeus discutiam entre si: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?».
E Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia.
A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele.
Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim.
Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente».
Tradução litúrgica da Bíblia
Abade(1858-1923)
O festim eucarístico
A Eucaristia, infinita caridade
de Deus que Se entrega
«Vede que admirável amor nos concedeu o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus. E somo-lo, de facto», diz São João (1Jo 3,1). Deus é nosso Pai e ama-nos com um amor incompreensível. Todo o amor que existe no mundo vem dele e é apenas uma sombra da sua caridade sem limites. Ora, o amor tende a dar-se, unindo-se estreitamente ao objeto do seu afeto. Deus, que é o próprio amor (cf 1Jo 4,8), tem um desejo sempre intenso e sempre atual de Se comunicar a nós. Este Filho, que partilha o amor do Pai, quis aceitar a condição de servo e entregar-Se na cruz (cf Jo 15,13), e agora esconde-Se sob as aparências do pão e do vinho para entrar em nós e nos unir a Si da forma mais íntima possível. A Sagrada Eucaristia é o último esforço da dileção que aspira a dar-se; é o prodígio da omnipotência posta ao serviço da caridade infinita.
Todas as obras de Deus são perfeitas (cf Dt 32,4). Por isso, o Pai celeste preparou para os seus filhos um banquete digno dele: não lhes serve um alimento material ou o maná descido do céu, dá-lhes o corpo e o sangue, juntamente com a alma e a divindade, do seu Filho único, Jesus Cristo. Nesta vida, nunca compreenderemos plenamente a grandeza deste dom; nem no Céu o compreenderemos na totalidade, porque a Eucaristia é Deus que Se comunica, e só Ele Se conhece plenamente. Através da comunhão, temos a Santíssima Trindade no nosso coração, porque onde está o Filho estão necessariamente o Pai e o Espírito Santo: são três numa só e mesma essência.
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