sábado, 20 de julho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Orai uns pelos outros”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Simão, orei por ti. 
A Carta aos Hebreus explica como Jesus é nosso intercessor junto do Pai (7,25): “É capaz de salvar totalmente aqueles que, por meio Dele, se aproximam de Deus, visto que vive para sempre para interceder por eles”. Junto do Pai é nosso mediador e intercessor. Ele reza por nós. Nós temos muito gosto pela oração. Infelizmente, em nosso egoísmo, só pensamos em nós. Jesus pedia por si mesmo, como vemos em Sua Paixão, mas dá um exemplo rezando por Pedro quando anuncia sua traição: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para te peneirar como o trigo. Eu, porém orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça” (Lc 22,31-32). A condenação e a morte de Jesus deixaram os discípulos numa grave tentação de fé, como é o caso de Pedro. Jesus, sabendo da fraqueza de discípulo se põe como intercessor junto do Pai, mesmo quando ele é fraco. Sabia que o Mestre orava por ele. Como isto deve ter marcado a vida de Pedro. Por isso soube levantar. Jesus dá o exemplo e nos ensina a rezar pelos outros. Ensinou a rezar pelos inimigos: “Orai pelos que vos perseguem” (Mt 5,44). Essa oração é muito importante, pois em sua morte rezou pelos seus perseguidores: “Pai, perdoai, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Eles sabiam o que estavam fazendo, mas Jesus os desculpa. Estevão, seguindo o exemplo do Mestre, faz esta oração pelos inimigos no momento de sua morte: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (At. 7,60). Jesus é um orante não só para seus problemas, mas está preocupado com os outros. Em nossas dificuldades de fraternidade, quando somos ofendidos ou incompreendidos, temos na oração a melhor escola para a reconstrução da paz. Se quisermos destruir uma inimizade, o melhor caminho é rezar pela pessoa. 
Rezemos por todos 
Certamente a oração não é só para questões pessoais, como resolver problemas. Ela nos coloca em relacionamento com Deus pelos outros. Quanto mais unidos a Deus, mais fazemos bem aos outros. Há sempre um convite de rezar pelos outros. Diz S. Tiago: “Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua atuação” (Tg 5,16). Para nossa oração ser ouvida ela deve ser de intercessão pelos outros. Por que? Porque rezar pelos outros nos coloca em relacionamento direto com Deus, sem egoísmo, numa oração de pura caridade. O que estamos pedindo para os outros conquista para nós o mais profundo da oração que é o encontro com Deus. Rezando pelos outros fazemos um bem a nós mesmos, pois a oração nos liberta e nos põe a favor dos irmãos. Por isso a intercessão tem grande poder de cura do ódio pela força da caridade pura. Ouvimos dizer: “Deus não me atende”. Fiz tudo certo e não sou ouvido. A oração tem que dizer: seja feita vossa vontade. 
Rezo pelos que hão de crer em mim 
Jesus sempre pensa em nós: Na oração reza ao Pai: “Não rogo somente por eles, os apóstolos, mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim”. A finalidade de sua oração é a união: “A fim de que todos sejam um, como Tu, Pai, está em Mim e Eu em Ti. Que eles estejam em Nós para que o mundo creia que Tu Me enviaste” (Jo 17,20). Jesus está em contínua oração por nós que acreditamos na Palavra. Corresponderemos a esta oração procurando sempre maior unidade entre nós. Compreendemos que a oração de intercessão supera o egoísmo espiritual e nos leva à vida de comunidade na unidade. Na fé cristã conduz à caridade que é o mandamento de Jesus. Como parte do Corpo de Cristo estamos unidos pela comunhão com Deus e com os irmãos para a vida do mundo.
ARTIGO PUBLICADO EM NOVEMBRO DE 2013

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