quarta-feira, 3 de julho de 2024

EVANGELHO DO DIA 3 DE JULHO

Evangelho segundo São João 20,24-29. 
Naquele tempo, Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste, acreditaste; felizes os que acreditam sem terem visto». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Tomás de Vilanova 
(1487-1555) 
Eremita de Santo Agostinho, bispo 
Sermão para o Domingo in albis 
Uma exclamação que contém toda a nossa fé 
Tomé soltou esta exclamação sublime: «Meu Senhor e meu Deus». Esta profissão de fé, maior do que a incredulidade passada, não poderia ter soado mais alto: é todo o conteúdo da fé que está incluído nesta breve exclamação. Maravilhosa penetração deste homem, que toca no Homem e Lhe chama Deus, que toca numa coisa e acredita na outra. Tivesse ele escrito mil livros, não teria servido tão bem a Igreja. Com que clareza, fé e simplicidade chama Deus a Cristo! Que palavra tão útil e necessária para a Igreja de Deus! Foi graças a ela que as piores heresias foram outrora extirpadas da Igreja. Pedro foi elogiado por ter dito: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo» (Mt 16,16); ora, é ainda que com maior clareza que Tomé exclama: «Meu Senhor e meu Deus», confessando, com estas simples palavras, as duas naturezas de Cristo. «Porque Me viste, acreditaste; felizes os que acreditam sem terem visto». Estas palavras, irmãos, dão-nos uma grande consolação. Sempre que dizemos ou exclamamos: «Bem-aventurados os olhos, bem-aventurado o tempo, bem-aventuradas as pessoas que tiveram a sorte de ver e contemplar tão grandes mistérios», estamos a falar verdade, porque o Senhor disse: «Bem-aventurados os olhos que veem o que vedes» (Lc 10,23); mas Ele também disse: «Felizes os que acreditam sem terem visto». E estas palavras geram uma consolação ainda maior, apontam para um mérito maior. A visão dá mais alegria; a fé dá maior honra.

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