domingo, 12 de maio de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “O caminho para a Páscoa”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Alimento que cura
 
São Lucas escreve em seu evangelho que Jesus “caminhava à frente subindo para Jerusalém” (Lc 18,28). Sua disposição é realizar o desígnio do Pai. Nesse caminho passa por três momentos fundamentais: A Ceia, a Cruz e a Sepultura que na verdade é um acontecimento conjunto. Deste modo temos total união da refeição de Jesus, a Última Ceia e seu Sacrifício na Cruz. A oração da missa nos leva a rezar: “Ao entregar-se à morte, deu a sua Igreja um novo e eterno sacrifício, como banquete do seu amor”. Por este mistério chegamos à caridade total. Jesus, para que pudéssemos receber e participar da salvação que nos veio por sua Morte e Ressurreição, assumiu a refeição sagrada na qual, dum jeito humano, participamos do que é Divino. Realizamos a Páscoa. Para que a refeição se torne sacrifício ela deve ser regada pela caridade que é o serviço fraterno, como foi o serviço de Jesus na cruz. Missa, sem amor fraterno de serviço ao outro, perde sua razão. A missa perdeu o estilo de refeição, mas não pode perder a característica de comunhão fraterna que é sinal da comunhão com Cristo. O símbolo, se não for bem apresentado, perde seu valor educativo. Assim a comunhão passa a ser devoção individual e não a comunhão de vida com Cristo e os irmãos. Por isso ensina o mandamento do amor. 
Morrer para ter Vida 
Jesus, com sua morte, derramando seu sangue, nos deu o mistério da Páscoa. Lembramos que o povo saiu do Egito celebrando uma ceia na qual comeu a carne de um cordeiro passando o sangue do animal nos portais da casa para a libertação do anjo exterminador. Assim começou a Páscoa do povo de Deus. Jesus celebrou a ceia pascal do povo comendo a carne do cordeiro. Nela criou a ceia pascal dos cristãos, Eucaristia. O Cordeiro imolado agora é Ele. Por seu sangue somos salvos. Este sangue nos o temos na Eucaristia. Jesus é o Servo de Deus que se fez servo de todos. Temos a Páscoa em nossa vida quando colocamos nossa vida a serviço de Deus e das pessoas. Sem isso, não comemos a Páscoa. Celebrar a Morte de Jesus na Sexta-feira Santa, é unir-se ao Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo. S. Leão Magno escreve: “Quem venera realmente a Paixão do Senhor deve contemplar de tal modo, com os olhos do coração, Jesus crucificado, que reconheça na carne do Senhor a sua própria carne”. Não basta sentir pena do sofrimento de Cristo, mas é preciso participar assumindo sua Vida. 
A Páscoa para a Vida Nova 
A Liturgia da noite de Páscoa tem muitos símbolos que explicam para nós o que é a Ressurreição de Jesus e como essa Páscoa penetra nossa vida. Nesta noite renovamos nosso batismo. Nós fazemos esta cerimônia à luz do Círio Pascal, o fogo novo. Lembramos toda a história do povo de Deus e nossa história pessoal em Jesus Salvador. Jesus é a Luz do mundo que saiu da sepultura para iluminar. Os que são iluminados por Ele são batizados nas águas, participando de seu fogo e sua luz. Vivemos a Páscoa da Nova Aliança. Agora nos comprometemos com Deus através do Sangue de Jesus. Somos libertados, como os judeus que passaram o Mar Vermelho. Passamos nas águas do Batismo. É uma nova criação. Vivemos para as coisas do alto, unidos a todos os santos. Somos identificados com Cristo em sua morte e ressurreição. No momento atual de Igreja, temos que viver mais intensamente o Mistério Pascal de Cristo para que as pessoas sejam transformadas e se transformem assim o mundo. A Igreja tem uma missão que nada poderá abafar. Por isso podemos cantar: Aleluia!
ARTIGO PUBLICADO EM MARÇO DE 2013

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