quinta-feira, 18 de abril de 2024

Beata Sabina Petrilli, Religiosa (+1923) / Santa Maria da Encarnação (Madame Acarie), Mãe de Família (+1618), 18 de Abril

 Beata Sabina Petrilli

Nasceu em Siena em 29 de agosto de 1851, segunda filha de Celso e Matilde Venturini. Aos 15 anos se inscreveu na Congregação das Filhas de Maria e é rapidamente eleita presidente. Dentro de um ano fez o seu primeiro voto de virgindade. Em 1869 é recebida pelo Papa Pio IX que a exorta a seguir a norma de Santa Catarina de Siena. Em 15 de agosto de 1873 na capelinha da casa, junto com outras cinco companheiras, ela profere os votos de pobreza, obediência e castidade, na presença do confessor e com a aprovação do Monsenhor Enrico Bindi ,que concede a primeira licença para iniciar uma obra em beneficio dos pobres.   
A nova família religiosa recebe o nome de Congregação das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Siena. Em 1881 Madre Sabina inicia a fundação do Convento em Viterbo e em 1903 a primeira missão em Belém, no Brasil. A Constituição da Congregação, já enviada ao pontífice, é aprovada em 17 de junho de 1906.
Sucessivamente Madre Sabina toma o voto de “não negar voluntariamente ao Senhor”, o voto de “perfeita obediência” e ao  Diretor Espiritual o voto de “não lamentar-se deliberadamente de nenhum sofrimento externo e interno”e o voto de “completo abandono à vontade do Senhor”.
Savina Petrilli faleceu às 17:20 do dia 18 de abril de 1923.
Com 25 casas na Itália, a Congregação opera no Brasil, Argentina, Estados Unidos, Filipinas e Paraguai. O carisma transmitido pela Madre Sabina e a sua vontade de viver radicalmente para o sacerdócio de Cristo na adoração total e na total dependência da vontade do Senhor, faz como centro de sua via a Eucaristia, continuar a missão de Cristo, o serviço da evangelização, promover a fraternidade e  ajudar o próximo, em  especial aos pobres. Pela visão de  Madre Sabina, a pobreza é um Sacramento de Cristo e pode ser considerado com mistério da fé tal qual a Eucaristia.
Assim a Congregação está sempre a serviço da pobreza e de todos  que sofrem e são  oprimidos.
O Papa João Paulo II a proclamou Beata  na Praça de São Pedro, em 24 de abril de 1988.

Fontes:


Santa Maria da Encarnação (Madame Acarie)

Era uma mãe de seis filhos, que alcançou a graça de levar para o seu país três novas comunidades religiosas, chegando a ter três filhas religiosas e um filho sacerdote, além de dois filhos muito católicos e bons pais de família. Maria da Encarnação Acarie nasceu em Paris no ano de 1565, de família nobre. Seu marido, Pedro Acarie, um jovem advogado que ocupava um alto posto no Ministério da Fazenda, era muito piedoso e caridoso. Ajudava com grande generosidade os católicos que precisavam fugir da Inglaterra devido à perseguição da Rainha Elisabeth.
Monsieur Acarie pertencia à Liga Católica, partido que foi derrotado por Henrique IV, rei de França, que baniu os líderes da Liga, confiscando-lhes todos os seus bens. De uma hora para outra, Madame Acarie viu-se sem o marido e sem seus bens, com seis filhos pequenos para sustentar. Mas ela não era uma mulher fraca. Não se deixava derrotar pelas dificuldades. Chegou mesmo a conquistar a admiração do mesmo rei Henrique IV. Desde os primeiros anos de seu casamento, Maria da Encarnação decidiu levar uma vida de muita piedade em seu lar. Aos empregados, fazia rezar determinadas orações pela manhã e à noite. Sempre lhes oferecia toda sorte de ajuda material, e cuidava para que cada um cumprisse bem seus deveres para com Deus.
Madame Acarie reunia-se com algumas empregadas suas para rezarem juntas, corrigirem-se mutuamente, ler livros piedosos e ajudarem-se em tudo que dissesse respeito à vida espiritual. A bondade de seu coração alcançava todos: alimentava os famintos, visitava os enfermos, ajudava aos que passavam por situações econômicas difíceis, assistia aos agonizantes, instruía os que não conheciam bem o Catecismo, evangelizava os hereges e aos que haviam passado para outras religiões, e ajudava todas as comunidades religiosas, conforme lhe era possível. Após a morte de seu marido, ela pôde se dedicar exclusivamente aos serviços religiosos.
Um dia, enquanto orava após ter lido algumas páginas da autobiografia de Santa Teresa d’Avilla, Madame Acarie teve uma visão mística desta santa, que lhe diz: “Você precisa se esforçar para que a minha comunidade das carmelitas consiga chegar à França.” Ela, então, foi falar com o Arcebispo, mas quando tudo parecia já estar encaminhado, novamente lhes foi negada a entrada naquele país. Numa nova aparição, Santa Teresa d’Avilla vem recomendar-lhe que não se canse de fazer todos os esforços possíveis para que as religiosas carmelitas possam entrar na França. Por causa dos pedidos insistentes de Madame Acarie, o Padre Bérulle (futuro Cardeal Bérulle) viajou à Espanha, onde conseguiu que se preparasse um grupo de carmelitas para serem enviadas a Paris.
Nossa santa não era dessas pessoas que ficam paradas, de braços cruzados. Sabia que havia chegado a Paris o famoso Bispo São Francisco de Salles, que pregaria uma importante série de sermões. Convidou-o a ir à sua casa. Foi quando este santo apóstolo de Cristo tornou-se seu melhor e maior aliado. São Fancisco de Salles falou com as mais altas personalidades da época e ajudou Madame Acarie a conseguir a permissão de que as carmelitas necessitavam. O Papa Clemente VIII firmou um decreto permitindo a entrada das Irmãs na França. Uma importante conquista! Em 1604, chegaram a Paris as primeiras Irmãs Carmelitas. À frente do grupo estava duas religiosas que, mais tarde, se tornariam beatas: Irmã Ana de Jesus e a Madre Ana de São Bartolomeu. Pouco depois, as três filhas de Madame Acarie tornaram-se monjas carmelitas, sendo logo seguidas pela mãe.
A comunidade das carmelitas estava destinada a fazer um bem enorme à França, durante muitos séculos, e a gerar Irmãs que se tornariam santas muito conhecidas, como por exemplo Santa Teresa do Menino Jesus (Teresa de Lisieux). Maria da Encarnação Acarie, mãe de seis filhos (três religiosas, um sacerdote e dois casados), viúva, dama da alta sociedade, tornara-se uma humilde monja num convento onde uma de suas filhas era a Madre Superiora. Os últimos anos da Irmã Maria da Encarnação (nome que adotou na comunidade) foram de uma profunda vida mística, com freqüentes êxtases. Em abril de 1618, caiu gravemente doente, ficando semi-paralisada. Não se cansava de bendizer a Deus por todas as misericórdias que lhe havia concedido ao longo de sua vida. Em 16 de abril daquele ano, teve um êxtase e, quando terminou, uma monja lhe perguntou: “Irmã, o que fazia durante esse tempo ?” Ela respondeu: “Estava falando com meu Bom Pai, Deus.” Deu um leve sorriso e morreu.
Oremos
Senhor Deus, Todo-Poderoso, que concedeste à Beata Maria da Encarnação o dom de imitar fielmente o Cristo pobre e humilde, concede-nos também, pela intercessão desta santa, a graça de que, vivendo fielmente nossa vocação, caminhemos rumo à perfeição que Tu nos propões na pessoa de Teu Filho. Que vive e reina Contigo. Amém.
Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel

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