A figura da Beata Isabel Vendramini se encaixa na dinâmica espiritual que tem como centro a "união" com Jesus e o profundo amor pelos pobres, que são os protagonistas de muitas páginas do Evangelho. As palavras do Senhor: "Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que estão aqui, e não têm nada para comer" (Mc 8: 2) influenciou profundamente o coração de Isabel, abençoada desde a sua juventude, quando sentiu a forte ' inspiração para dedicar-se totalmente a Cristo e para servir os pobres. Sem hesitar, ela abandonou o conforto da vida familiar e social para dedicar-se às meninas abandonadas e aos necessitados dos bairros mais marginalizados.
Neste trabalho Isabel teve a inspiração do poder do alto, ajudada pelo forte espírito de oração, sensibilidade refinada dos religiosos contemplativos, a Beata mergulhou na meditação do mistério da Santíssima Trindade, capturando o dinamismo da Encarnação do Verbo, para chegar lá.
Do céu Isabel hoje insta todos aqueles que querem efetivamente ajudar os irmãos em alma e corpo para tirar força da fé em Deus e a imitação de Cristo. Isto provou ser uma semente fecunda de espiritualidade franciscana que ela imitou especialmente na vida pobre, fé segura e simples, e de amor ao Cristo crucificado.
Beata Vendramini nos ensina ainda que, quando a fé é forte e segura, haverá mais audácia e uma onda de caridade para com o próximo.Nos casos em que é percebido o significado de Cristo, haverá sentido mais precisa e eficaz das necessidades dos Santos.
Papa João Paulo II –
Homilia de Beatificação 04 de novembro de 1990
Virgem Fundadora do Instituto das Irmãs Isabelas da Ordem Terceira de São Francisco, Isabel Vendramini, filha de Francisco Vendramini e Antônia Ângela Duodo, nasceu em Bassano del Grappa no dia 9 de outubro de 1790. Desde menina, como ela mesma escreve de si, foi presenteada com as mais seletas bênçãos. A 1ª. Comunhão e a Confirmação foram etapas decisivas em sua vida. Por algum tempo foi aluna das Irmãs Agostinianas, que a formaram em seu itinerário espiritual.
Jovem brilhante, ela gostava de se vestir bem e era centro de interesse. Era amante da solidão e com frequência se retirava no campo para rezar. Depois de seis anos de noivado, às vésperas das bodas, o Senhor a fez ver com clareza que a chamava, o que para ela foi uma verdadeira conversão.
Consagrada ao Senhor pelas vias de São Francisco, de uma fé ativa e consciente, empreendedora segundo o Evangelho a serviço dos mais pobres num programa de vida tendo Cristo como centro, encontramos em seus escritos as etapas do itinerário da elevada espiritualidade seráfica e apostólica.
Em 17 de setembro de 1817, festa dos Estigmas de São Francisco, percebeu claramente que era chamada a uma vida de consagração. Desde então com alegria começou a levar uma vida de austera penitência e caridade. Assistia aos doentes e se dedicava inteiramente à educação das jovens de um orfanato. Em 1821 se tornou terceira franciscana. O Senhor a guiava para caminhos mais elevados.
Em 1º de janeiro de 1827, deixou Bassano e se mudou para Pádua. Três dias depois foi contratada pela “Casa dos Expostos” para a formação das jovens. Ali se encontrou com Dom Luigi Moran, que se tornou seu diretor espiritual e colaborador na fundação que Isabel pretendia levar a cabo. Madura na experiência educativa, de apostolado, de graças e de carismas, em 4 de outubro de 1830 teve início a nova congregação das primeiras Irmãs Terceiras Franciscanas Isabelinas, com a vestição e a profissão religiosa no ano seguinte.
Deus abençoou esta instituição e o número de religiosas cresceu; receberam uma sólida formação sob a direção inspirada da Madre Isabel Vendramini.
Em 1834 foram chamadas à “Casa das Indústrias”. Em 1836 foram encarregadas da instrução das meninas órfãs, hóspedes do colégio do Beato Peregrino. Mais tarde foram chamadas para a assistência dos idosos nas casas de repouso e para os doentes em casas de saúde e hospitais. Nos anos de epidemia de cólera, Isabel e suas isabelinas se prodigaram com heroica dedicação na assistência dos enfermos.
O desenvolvimento do instituto se dava sob a vigilante e maternal direção da Madre. Por 32 anos ela foi a Superiora amada e venerada de sua congregação, à qual ela deu a fisionomia franciscana e o ímpeto caritativo e missionário que hoje conta com 1.500 religiosas na Europa, África, Oriente Médio e América Latina.
A Fundadora faleceu antes da aprovação de sua obra. Cheia de mérito e virtudes expirou no dia 2 de abril de 1860 aos 70 anos. Seu túmulo desapareceu depois de 1872, durante os trabalhos de reestruturação do cemitério de Pádua. João Paulo II a beatificou em 4 de novembro de 1990.
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