quarta-feira, 20 de março de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “O Pai reúne os filhos”

Bem-Aventurados..
Na celebração de Todos os Santos fazemos memória de nossos irmãos “que lavaram suas vestes nos Sangue do Cordeiro”. Em Jesus encontraram a Salvação. S. João escreve que viu “uma grande multidão vinda de todos os povos, nações e línguas e que ninguém podia contar... Todos proclamavam: ‘A salvação pertence ao nosso Deus que está sentado no trono, e ao Cordeiro’” (Ap 7,9-10). O Céu é aberto a todos. Deus em Cristo é o Salvador de todos. Adoramos a Cristo, vida de seus santos. Estes santos que celebramos não tem uma festa pois não foram canonizados. São eles o povo de Deus que viveu o Evangelho. Esta celebração é oportuna porque há uma tendência entre nós e outras religiões de selecionar quem vai para o Céu. O Coração de Deus é maior. O Concílio Vaticano II ensina a antiga verdade: “Todos são chamados à santidade” na circunstância que cada um vive. A santidade não é um segredo. Cada um tem que criar seu modo próprio de se santificar. A santidade não é engessada e Jesus é sua vida. No Céu não existe santo maior ou menor. Pensamos que só os antigos são santos. Nós não conseguiremos esta façanha. Não é verdade. Há grandes santos em nosso meio. Ser santo não significa fazer milagre, mas viver a Palavra de Jesus. Podemos invocar os santos dizendo rogai por nós, pois, unidos no Corpo de Cristo, todos rezamos uns pelos os outros e todos os bens espirituais que possuímos são proveitosos para todo o Corpo de Cristo.
Santidade é um dom 
Santidade é participação na vida de Deus. A missão de Jesus foi abrir-nos à comunhão com o Pai. Para isso se encarnou, viveu, morreu e ressuscitou. Esta comunhão acontece porque Deus nos amou; João escreve: “Vede que prova de amor nos deu o Pai, que sejamos chamados filhos de Deus e o somos” (1Jo 3,1). A filiação divina é a santidade fundamental de todas as pessoas. Todos são filhos de Deus. Um dia seremos semelhantes a Cristo. Pela fé e pelo amor nos purificamos: “Todo aquele que tem esta esperança em Deus, purifica-se a si próprio, tal como Ele é puro” (3). A santidade, antes de ser uma conquista, é um dom. Compete a nós corresponder a esta Vida que nos é dada vivendo o espírito das bem-aventuranças. A sociedade tem uma procura desenfreada pela felicidade e vemos que não se sacia. Jesus já nos deu a receita com poucos ingredientes: amor a Deus e ao próximo no serviço humilde. 
Santidade é um caminho 
Em Jesus encontramos a forma acabada de santidade. Há um risco de fazer uma espiritualidade baseada em filosofias pouco cristãs ou métodos nada evangélicos, o que não deixa de ser um mal para a vida cristã e para a evangelização. O melhor modelo de santidade é o próprio Jesus. Ele é o caminho espiritual, a vida e a verdade (Jo 14,6). Jesus nos ensina o modo de viver esta espiritualidade nas oito bem-aventuranças que são expressões concretas do amor ao próximo: Fazer-se pobre para que todos tenham a riqueza de Deus; chorar com os que choram; ser humilde para dar espaço a todos; ter fome para que todos se alimentem na justiça; ser puro de coração para ser transparentes; construir a paz para que todos vivam em paz; sofrer pela justiça para a defesa de todos; ser testemunha para que todos sejam libertos. A santidade tem carne e ossos, isto é, acontece nos fatos da vida. Sair da realidade para ser santo é negar a Deus que manifestou sua santidade assumindo o povo que escolheu e dando-nos Jesus. 
Leituras: Apocalipse 7,2-4.9-14; 
Salmo 23; 
1João 3,1-3; Mateus 5,1-12ª. 
1. Celebramos todos os irmãos que estão no Céu. O Céu está aberto a todos. Adoramos Cristo, vida dos Santos. Eles são povo de Deus que viveu o Evangelho, mesmo distante das estruturas. Todos são chamados à santidade. Cada um deve criar seu próprio modo de viver o caminho da santidade. Podemos invocar os santos, pois estamos unidos uns aos outros no Corpo de Cristo. Os bens circulam. 
2. Santidade é participação na vida de Deus. A missão de Jesus foi abrir-nos à comunhão com o Pai. A comunhão acontece porque Deus nos amou. A filiação divina é a santidade fundamental das pessoas. Santidade é uma conquista, mas primeiro um dom. Nossa parte é corresponder vivendo o espírito das bem-aventuranças. Jesus deu receita para a felicidade: amor a Deus e ao próximo. 
3. Jesus é o modelo acabado de santidade. Temos que nos libertar de filosofias pouco cristãs. Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ele nos dá o modo de viver a espiritualidade pelas oito bem-aventuranças. A santidade tem carne e ossos, isto é, acontece na vida. Sair da realidade para ser santo é negar a Deus que manifestou sua santidade, assumindo o povo que escolheu, dando-nos Jesus. 
Perdi a conta! 
Quantos santos há no Céu? Nem adianta contar, pois não vai dar conta. São tantos! A porta está aberta para todos. Ninguém é dono desta porta e tão pouco pode se dar o direito de excluir os outros. Quem decide é o Deus-Amor. Hoje celebramos todos os santos que estão no Céu. Não estamos falando dos santos que tem imagem, mas é todo mundo que está junto de Deus. Quem fica santo? Ganhamos de Deus um presentão: Somos filhos de Deus (1Jo ,31). Deus nos fez participar de sua santidade. Para viver esta santidade temos as oito bem-aventuranças que dão o essencial para viver plenamente e para sempre. O que o Santo faz no Céu? Só canta aleluia sentado numa nuvenzinha? Que nada! Vive a intensidade de sua vida em Deus. E ainda rezam por nós. Imaginemos se os prazeres da vida são bons, o quanto não serão bons os prazeres espirituais? Vich! Vai ser bom demais. 
Homilia da Festa de Todos os Santos (04.11.2012)

Nenhum comentário:

Postar um comentário