Jesus anunciava o Reino de Deus, e nos quis como colaboradores. O profeta, o apóstolo e todo o discípulo fazem parte desta missão. Vimos, no domingo passado, que o fechamento diante ao anúncio da Palavra de Deus é uma constante no mundo. Tudo se aceita, menos a Palavra de Deus. Jesus enviou os apóstolos dois a dois. A lei exigia duas testemunhas para confirmar uma verdade (Dt 17,6). Ninguém anuncia por si, mas em comunidade. Como vão anunciar em nome de Jesus, devem ser como Ele. Deverão ser desapegados, não levando coisas que os impedissem na missão: “Recomendo-lhes que ao levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro”. Deverão andar de sandália, não descalços como escravos mas como filhos. “Quando entrardes numa casa ficai ali até vossa partida”: Não é passeio. Eles fizeram como Jesus: Eliminando o poder do mal e dando vida e saúde. A Palavra de Deus é renovadora. Os pregadores da Palavra não agem para si, mas para Deus, como é o caso do profeta Amós. Em Betel havia um santuário do rei e um profeta que o bajulava. E Amós tinha uma palavra forte contra os males. Amasias profetizava para ganhar o pão. Amós diz que não prega pelo pão, mas por Deus, pois era um pastor de ovelhas e tinha plantações. Deixou tudo para profetizar para salvar o povo. O pregador da Palavra tem que falar o que Deus manda e não o que interessa. Ele é servo da Palavra. Usar a religião para ganhar dinheiro é um mal. Os verdadeiros pregadores serão sempre desprovidos tanto de bens como de honras. O anunciador da Palavra está sempre unido a uma comunidade e exerce sua missão também em nome dela.
Deus mostra o caminho
O salmo nos dá o temário da pregação: “É de paz que ele vai anunciar. Está perto a salvação dos que o temem. A glória habitará nossa terra” (Sl 84). É a presença de Deus que tudo santifica. O mundo se renova: “A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade e a justiça olhará os altos céus” (Sl 84). Os resultados aparecerão: “O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus” (Sl 84). Paulo descreve, no hino de louvores a Deus, um retrato do que somos: escolhidos por Deus, destinados a sermos filhos adotivos, libertados e perdoados. Ele os fez conhecer o mistério de sua vontade: levar à plenitude o tempo e recapitular em Cristo o universo (Ef 1,3-10).
Acolhendo a Palavra
O coração de quem ama a Deus repete esta palavra do salmo: “Quero ouvir o que o Senhor vai falar”. Se tivéssemos ouvido as palavras convidando à conversão, talvez não estivéssemos vivendo situações tão dramáticas. Se os pregadores fossem realmente voltados para Deus como o profeta Amós, talvez não tivéssemos tantas pessoas extraviadas na fé e perdidas na maldade dos crimes, tanto dos que chamamos bandidos quanto os que fazem o mesmo usando sua posição política, social e econômica. O povo de Israel, tanto do reino do Norte quanto o de Judá, não teria passado por tantos sofrimentos. Em cada missa podemos acolher a Palavra de Deus não na sonolenta distração, mas como executores da Palavra e não meros ouvintes (Tg 1,22).
Leituras: Amós 7,12-1; Salmo 84;
Efésios 1,3-10;Marcos 6,7-13
1. Jesus quis colaboradores para continuar sua missão. Para anunciar Jesus, temos que ser como Ele, desapegados. Os apóstolos foram enviados a uma missão eliminando o mal e dando vida e saúde. O profeta não trabalha pelo pão, como Amós. O pregador deverá estar unido a uma comunidade e exerce missão em nome dela.
2. O anúncio é de paz e justiça. E o Senhor dará tudo de bom. Paulo descreve o retrato do que somos: escolhidos por Deus, destinados a serem filhos adotivos, libertos do pecado, com a missão de recapitular tudo em Cristo.
3. O coração que ama a Deus repete as palavras do salmo: Quero ouvir o que o Senhor vai falar. Se tivéssemos ouvido as palavras para a conversão, talvez não vivêssemos situações tão dramáticas. Em cada missa acolhemos a palavra como praticantes e não somente como ouvintes.
A dura vida do profeta
Nós sempre dizemos que Deus faz tudo. Mas confia a outros a grandiosa missão de anunciar o Reino como Ele próprio o fazia. Por isso Jesus enviou os doze apóstolos para um exercício de missão. Foi uma beleza. Fizeram milagres e expulsaram os demônios! Voltaram felizes. Jesus ficou contente com o trabalho dos meninos.
Deus escolhe os simples e os desapegados para essa missão. Ele escolhe quem Ele quer. O profeta Amós é um tipo diferente: era um homem do campo. Estava bem de vida. Ele não era um profeta que falava só para agradar, mas para mostrar a vontade de Deus. Entrou em choque com os profetas que vendiam boas idéia em troca do pão.
Os donos do mundo querem pessoas que batam palmas a eles mesmos. Querem colocar a religião a seu serviço. Ai de quem fala o contrario! Ser fiel à verdade é sempre uma ótima opção.
A missão fundamental de cada um é conduzir o mundo a Cristo.
Homilia do 15º Domingo Comum (15.07.2012)
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