Evangelho segundo São Mateus 6,7-15.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando orardes, não digais muitas palavras, como os pagãos, porque pensam que serão atendidos por falarem muito.
Não sejais como eles, porque o vosso Pai bem sabe do que precisais, antes de vós Lho pedirdes.
Orai assim: "Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido;
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal".
Porque, se perdoardes aos homens as suas faltas, também o vosso Pai celeste vos perdoará.
Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não vos perdoará as vossas faltas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Monge do deserto do Egito
Capítulos sobre a oração,
nn. 14-16, 20, 22, 128, 153,
erradamente atribuídos a Nil, o asceta
Se queres rezar bem
A oração é filha da mansidão e da ausência de cólera.
A oração é fruto da alegria e da ação de graças.
A oração exclui a tristeza e o desânimo. Se queres rezar bem, a ninguém aborreças; de outra maneira, correrás em vão.
Pois está dito: deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão (cf Mt 5,23-24); quando voltares, rezarás sem dificuldades. Porque o ressentimento cega a razão daquele que reza, e obscurece-lhe a oração.
Quem acumula mágoas e rancores dentro de si é como quem tira água de um poço para a despejar num barril com buracos. Se queres rezar em espírito, não desgostes de ninguém, e não terás uma nuvem a obscurecer-te a visão durante a oração. A atenção em busca da oração encontrará a oração, pois, se há algo que segue a oração, é a atenção; temos, portanto, de nos aplicar a ela.
Assim como a visão é o melhor de todos os sentidos, também a oração é mais divina do que todas as virtudes. Quando a tua oração te tiver elevado acima de qualquer outra alegria, então terás de verdade encontrado a oração.
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