Evangelho segundo São Mateus 25,31-46.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso.
Todas as nações se reunirão na sua presença, e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos;
e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então, o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: "Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo.
Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes;
não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me".
Então, os justos dir-Lhe-ão: "Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber?
Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos?
Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?".
E o Rei responder-lhes-á: "Em verdade vos digo, quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes".
Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: "Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos.
Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber;
era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar".
Então também eles Lhe hão de perguntar: "Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?".
E Ele lhes responderá: "Em verdade vos digo, quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer".
Estes irão para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1858-1923)
abade
O zelo bom
O que é a verdadeira caridade?
Pensar mais no próximo, nos seus interesses, na sua satisfação, na sua alegria, do que em nós é o sinal inequívoco da verdadeira caridade; pois para agir assim, não uma, mas dez vezes e sempre, em todas as circunstâncias, com todos os nossos irmãos, sem fazer distinções, é preciso amar verdadeiramente a Deus. Um tal amor ao próximo exige de nós demasiada abnegação para poder sustentar-se durante muito tempo apoiado em si mesmo: só poderemos fazê-lo apoiados em Deus. É por isso que a caridade com o próximo é apresentada pelo próprio Jesus como o sinal por excelência da presença de Deus numa alma.
De facto, o que é a caridade? É o amor de Deus, que abraça a Deus e tudo o que está a Ele unido: a humanidade de Cristo e, em Cristo, todos os membros do seu corpo místico. Cristo sofre nos que sofrem, está doente nos doentes, está triste nas almas oprimidas pela tristeza. Pois esta é uma palavra infalível de verdade: «Tudo o que fizerdes a um destes meus irmãos mais pequeninos, é a Mim que o fazeis» (Mt 25,40). Ao encarnar, Nosso Senhor tomou sobre Si todas as nossas enfermidades (cf Is 53,4); quando as aliviamos no nosso próximo, estamos a aliviá-lo a Ele.
Vejamos no nosso irmão o próprio Cristo que Se apresenta a nós, e servi-lo-emos com entusiasmo. Se tivermos esta perspectiva de fé, o nosso amor será sempre zeloso e desinteressado, e não nos queixaremos se tivermos de nos entregar muitas vezes aos outros.
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