No século III, Nilópolis, identificável com Delas, era uma antiga sede episcopal da província romana da Arcádia, no Egito. Fazia parte do patriarcado de Alexandria e era sufragânea da arquidiocese de Ossirinco. O primeiro bispo atribuído à diocese de Nilópolis é São Queremão.
À época, o então imperador romano, Décio (249-251), observou com certa desconfiança o poder crescente dos cristãos. Determinou reprimi-los, construindo templos pagãos, reforçando os cultos e sacrifícios do passado em todo o império. Vendo as igrejas cheias de prosélitos e os templos pagãos esvaziados, empreendeu a oitava perseguição geral contra o cristianismo. O Papa Fabiano foi um dos primeiros a sofrer o martírio. A crueldade empreendida nesta perseguição lhe deu um lugar comparável ao do imperador Nero.
Descrevendo a fúria desta perseguição aos cristãos do Egito, Dionísio de Alexandria, na carta a Fábio de Antioquia celebra o heroísmo dos mártires pela fé e lamenta a multidão de cristãos que morreram nas adversidades, enquanto buscavam refúgio nas montanhas ou no deserto. Alguns deles, dispersos pela fuga e errantes por lugares solitários, foram devorados pelas feras. Outros morreram de fome, de frio ou de inanição. Outros ainda foram exterminados pelos bárbaros e pelos salteadores. Todos eles, com diversos gêneros de morte, foram coroados com a mesma glória do martírio. Entre os fugitivos é lembrado o bispo Queremão, que fugiu com sua esposa para as montanhas da Arábia, desaparecendo completamente.
Eusébio de Cesareia em sua História Eclesiástica também relata que São Queremão, já velho, fugiu com a mulher para as montanhas da Arábia, nunca mais voltou e nunca mais foi encontrado.
Dionísio de Alexandria lembra-se dele como um “eleito” e um “vencedor”, como os santos mártires.
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