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Porta do Batistério de Florença |
Beata Lúcia Bartolini Rucellai, viúva e monja professa da Ordem de São Domingos nasceu em Florença, Itália, no século XV e faleceu na mesma cidade em 1520.
Os Rucellai eram mercadores que haviam feito fortuna sobretudo com o tingimento de tecidos. Conservaram zelosamente o segredo - descoberto casualmente, em circunstâncias impensadas, para não dizer embaraçosas - para obter aquela bela cor violeta, chamada precisamente "oricello" (*).
Em Florença, a família Rucellai foi por gerações uma das casas mais ilustres e magníficas da cidade. Pode-se dizer que um bairro inteiro, o de Santa Maria Novella, estava sob o patronato dos Rucellai, cujo escudo estava em muitos monumentos, símbolo da altivez e sinônimo de opulência. Ele continha a forma de uma vela inflada pelo vento da fortuna propícia.
Nossa Beata recebera o nome de Camila no batismo e havia nascido na nobre família dos Bartolini. Adolescente, contraiu matrimônio com Rodolfo Rucellai, e foi viver no esplêndido palácio albertino dos afortunados tintureiros.
Quando tinha uns trinta anos, a palavra do frade dominicano Jerônimo Savonarola a tirou dos cuidados mundanos, acendendo nela o fogo da mais profunda e sofrida espiritualidade.
Rodolfo também foi influenciado pelas proféticas orações do pregador, e decidiu, um pouco precipitadamente, deixar sua esposa, que não tinha tido filhos, para vestir o hábito dominicano no Convento de São Marcos.
Camila aceitou a decisão do marido e tornou-se terciária de Santo Domingo. Depois de poucos meses, Rodolfo Rucellai, mais impulsivo, porém não tão forte quanto a esposa, se cansou do estado religioso e regressou ao mundo, tratando de convencer a esposa a fazer o mesmo. Ela se opôs com inesperada tenacidade. Ela de fato havia encontrado em seu novo estado uma tal riqueza espiritual que não podia comparar com as adulações do mundo.
Rodolfo Rucellai morreu pouco tempo depois e Camila, religiosa com o nome de Lúcia, permaneceu no convento das terciárias dominicanas, promovendo a fundação de uma nova casa com o nome de Santa Catarina de Siena.
Depois da trágica morte do frei Jerônimo Savonarola, queimado como herege na Praça de la Signoria, no mês de maio de 1498, Lúcia Bartolini Rucellai foi dirigente sábia e rigorosa do convento florentino de Santa Catarina, na qualidade de priora, obtendo para suas monjas terceiras a permissão de emitir os três votos e mais tarde obteve a autorização de vestir o hábito das religiosas da Ordem Segunda de São Domingos.
Mortificada, penitente, severíssima consigo mesma, Lúcia rezava com tanto fervor que, se dizia, o Convento de Santa Catarina aparecia coroado de chamas quando ela estava rezando. Apenas faleceu, no ano 1520, depois de uma enfermidade serenamente aceita, a aureola de Beata tornou-se a glória mais preciosa da riquíssima família Rucellai.
Ela é festejada no dia 22 de outubro.
(*) O ‘oricello’ é um corante obtido a partir de várias espécies de líquenes de Roccella tipo em várias partes da África Oriental, dele Canarie, América. O oricello foi amplamente utilizado no passado para tingir de lã roxa e seda e foi um bem que muitas vezes foi cultivado em especial Oricellari Orti valorizado. No período colonial foi recolhido e comercializado por uma companhia especial que operam na Somália italiana. Nome de algumas variedades de liquens a partir da qual é extraído um corante vermelho-púrpura substância corante extraído a partir destes líquenes.
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