Ismidão, nasceu no castelo de Sassenage, perto de Grenoble, França. Recebeu uma sólida educação na cidade de Valence, nas cercanias de Grenoble. Mais tarde, tornou-se cônego de Santo Estevão, em Lião, graças, sem dúvida, à proteção do famoso arcebispo Hugo.
Em 1097, após a renúncia do bispo Pôncio, Ismidão o sucedeu em sua modesta diocese de Die. Durante os anos seguintes, em todas as ocasiões ele se mostrava como o homem de confiança do arcebispo Hugo de Lião. Em 1099, foi a Roma para defender com sucesso os direitos do primado de Lião. Em 1100 deu assistência ao arcebispo Hugo de Lião no Concílio de Anse e foi seu porta-voz no Concílio de Poitiers. Finalmente, em 1101, ele o acompanhou a Roma e Jerusalém.
Ismidão foi repetidamente designado pelo papa e pelo legado como moderador em disputas entre várias igrejas dos reinos da França e da Borgonha: A Cartuxa de São Benigno de Dijon, La Chaise-Dieu, Aniane Domène, Cruas, Bordéus. Há notícias de doações de igrejas por ele feitas aos Cônegos Regulares de Oulx e Saint-Ruf, afirmando nessas ocasiões sua predileção por aquela forma de vida comunitária.Ratificou também o ato de Josserand de Langres que estabeleceu os Cônegos Regulares em Santo Estevão de Dijon.
Em outubro de 1114, Ismidão hospedou o Abade Pôncio de Cluny in Die, que se dirigia a Roma. Esta é a última data em que se menciona Ismidão: de fato, no início de setembro de 1116, seu sucessor, Dom Pietro, já estava no cargo.
Sua morte deve, portanto, teve de ser remetida a 1115, lembrada em 30 de setembro pelo obituário da Igreja de Lião com as seguintes palavras: “Ismio, Diensis episcopus et canonicus Sancti Stephani, qui dedit Sancto Stephano annulum aureum cum pretiosissima gemma”. Foi homenageado como santo desde sua morte e a igreja onde foi colocado recebeu seu nome. Contudo, o edifício foi destruído em 1567 pelos huguenotes, que profanaram e queimaram também suas relíquias.
Por volta de 1180, Godfrey de Hautecombe, em sua Vida de São Pedro de Tarantasia, registra Ismidão entre os prelados que, no início do século, tornaram famosos Sabóia e Delfim, junto com São Hugo de Grenoble e Santo Antônio de Belley. Documentos contemporâneos, ainda que pouco explícitos, destacam o papel de pacificador tantas vezes desempenhado pelo santo bispo.
De acordo com a expressão de Chevalier, citada por B. Bligny, Ismidão foi “uma glória mais doce” para sua diocese do que seu professor São Hugo de Grenoble.
A antiga “Vitae” deste santo bispo não foi preservada. A primeira de suas biografias consiste nas lições do Ofício a ele dedicado pelo Breviarium Diense, de 1523. G. Stilting também compilou na Acta Sanctorum um certo Ismidão (1688) e, posteriormente, Ulisses Chevalier foi capaz de traçar, com a ajuda de numerosos documentos, um perfil biográfico que foi usado por autores posteriores (1888).
O Papa Pio X, por decreto de 9 de dezembro de 1903, confirmou o culto com o título de santo a Ismidão.
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