Adamnano nasceu por volta de 627/8. O local de seu nascimento é desconhecido, mas presume-se que nasceu no território do grupo de seus parentes, o Cenél Conaill, que fica atualmente no condado de Donegal, Irlanda. Era filho de Rónán Mac Tinne Com Ronat e Cenél Nénda. Era, também, descendente de Colmán Mac Sétna, um primo de São Colombano. São Colombano fundou o Mosteiro de Hy (Iona).
Independentemente de quando ou onde Adamnano tenha recebido sua educação, o fato é que ele atingiu um nível de aprendizagem raro para o norte da Europa da Alta Idade Média.
Por volta de 640, provavelmente, entrou para um mosteiro da “família” colombana (ou seja, da federação de mosteiros sob a liderança da Abadia de Iona). Alguns comentaristas modernos acreditam que ele não poderia ter chegado em Iona, antes de 669, ano da administração da abadia por Failbe, o primeiro abade de quem Adamnano dá alguma informação. No entanto, Richard Sharpe, alega que ele provavelmente chegou a Iona durante a administração de Ségéne († 652).
O hagiógrafo Alfred Smyth sugeriu que Adamnano passou alguns anos ensinando e estudando em Durrow, e apesar disto não ser aceito por todos os estudiosos, continua a ser uma forte possibilidade. Antes de se tornar abade em Iona, Santo Adamnano pode ter sido abade no mosteiro de Skreen no condado de Sligo.
Em 679, destacando-se por suas virtudes, Adamnano foi eleito o nono abade de Iona.
Em 688, durante uma viagem, visitou várias igrejas inglesas e entre elas as abadias de Wearmouth e Jarrow, onde o abade São Ceolfrido o convenceu a adotar na Igreja Irlandesa o uso romano para a tonsura e para a celebração da Páscoa. Retornando a Iona, ele fez o que pôde, sem resultados notáveis, para fazer com que seus monges aceitassem os costumes romanos, mas em 692, visitando a Irlanda, ele conseguiu convencer o povo a se conformar aos preceitos gerais da Santa Sé.
Em 697, é geralmente aceito que Adamnano tenha promulgado a Cáin Adomnáin, que significa literalmente os “cânones” ou “Lei de Adamnano”. A Cáin Adamnano foi promulgada num encontro de nobres irlandeses, durante o Sínodo de Birr. É um conjunto de leis destinadas, entre outras coisas, a garantir a segurança e a imunidade de vários tipos de não combatentes na guerra. Por este motivo, também foi reconhecida como a “Lei dos Inocentes”.
O trabalho mais importante de Adamnano, e aquele que o tornou mais conhecido, é a “Vida de São Colombano”, uma hagiografia do fundador do Mosteiro de Iona. A fonte é de longe o trabalho mais importante escrito no início da Idade Média, na Escócia, e é uma fonte vital para o nosso conhecimento sobre a vida em Iona e dos monges medievais irlandeses. Contudo, a “Vida de São Colombano” não foi o seu único trabalho. Adamnano também escreveu o tratado De Locis Sanctis (ou seja, “Em Lugares Sagrados”), um relato dos grandes lugares sagrados cristãos e centros de peregrinação. Adamnano recebeu grande parte desta informação de um bispo franco chamado Arnulfo, que visitou pessoalmente o Egito, Roma, Constantinopla e a Terra Santa, e depois visitou Iona. Também é atribuído a ele muitas poesias gaélicas, incluindo a celebração da vitória do rei picto Bridei (671-93) da Nortúmbria na Batalha de Dunnichen (685).
Em 23 de setembro704, Adamnano faleceu em sua abadia, onde foi sepultado, e tornou-se um santo da tradição escocesa e irlandesa, bem como uma das figuras mais importantes de toda a história escocesa ou irlandesa.
Adamnano, que deu um impulso considerável ao scriptorium monástico, era um bom latinista, tanto que mereceu o elogio de São Beda: “vir bonus et sapiens”, mas suas obras são escritas em um latim um tanto difícil. A obra de Adamnano está publicada na Patrologia Latina de Migne (PL, LXXXVIII, bobina. 721-816) e a melhor fonte para o estudo de sua vida é a “Historia Ecclesiastica” de São Beda, que, em 688, com a idade treze anos, esteve pessoalmente com Adamnano.
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