João nasceu em 1165, na vila de Montmirail, na região de Champagne, França. Seu pai, Andrea, Senhor de Montmirail e Conde de Brie, casou-se com Elviada de Oisy-en-Cambrésis. Esta lhe deu como dote a zona rural de Ferté-d’Ancoul, o título de Visconde de Meaux e o castelo de Cambrai.
João perdeu a mãe na juventude e seu pai recebeu, em segundas núpcias, a condessa de la Ferté-Gaucher. De sua madrasta, João recebeu um grande carinho e lições das maiores virtudes. Seu pai não negou esforços para que seu filho tivesse garantida uma brilhante educação. Queria que ele suplantasse todos os outros Senhores Feudais de seu tempo, não apenas em fortuna, mas também pela qualidade de seu espírito e coração. João estudou Latim e Direito Consuetudinário em Vitry e Cambrai: mostrou ao longo da vida ser um fiel observador de tudo o que aprendera.
Quando completou os estudos seu pai o introduziu na corte, pois tinha a mesma idade que Filipe Augusto, filho do Rei Luís VII. Na corte destacou-se por sua integridade e lealdade e desenvolveu uma grande amizade com o príncipe.
Quando Filipe Augusto tornou-se rei tomou João como seu conselheiro e gostava de chamá-lo de “João, o Íntegro”. O rei Filipe Augusto o condecorou com o título de Barão e é com essa distinção que aparece no tratado celebrado entre o rei da França e Blanche, condessa de Champagne. A conselho da madrasta, João casou-se com Helvide de Dampierre e teve dois filhos: Archambaud, o grande senhor de Bourbon (pai entre outros de Marguerite de Bourbon, Rainha de Navarra, Condessa de Champagne e Brie), e Guillaume de Dampierre, Conde de Flandres e Hainaut.
Em uma batalha contra os ingleses, perto de Gisors, o rei Filipe Augusto se viu cercado de inimigos e sua salvação se deveu à coragem do beato, que correu em seu auxílio.
A certa altura de sua vida, João, que era muito piedoso, quis despedir-se da corte, do mundo e retirar-se para a solidão. Fundou em 1200 uma ermida na floresta de Beaumont, há meia légua de Montmirail e mais tarde se consagraria a Deus. Depois de ter vivido algum tempo em retiro, dedicando-se à oração e a obras de caridade, aos quarenta anos, com os filhos grandes e já viúvo, ingressou na abadia cisterciense de Longpont, fundada em 1132 por São Bernardo, não longe de Villers-Cotterets. Recebeu o hábito em 1210, abandonando-se às mais severas penitências, pensando apenas em se humilhar nos trabalhos mais dolorosos e vis, merecendo o apelido de “João o humilde”.
Morreu em 1217, em 29 de setembro, aos cinquenta e dois anos, após sete anos de vida religiosa.
Muitos milagres aconteceram junto ao seu túmulo. Assim, seus restos mortais foram transferidos para uma arca de mármore, que foi colocada no claustro da Abadia de Longpont.
Por volta do ano 1250 foi beatificado.
Em 1253, devido aos inúmeros milagres que lhe foram atribuídos, o capítulo geral de Cíteaux concedeu autorização para transferir o seu corpo para a igreja da Abadia de Longpont, onde foi construído um magnífico túmulo de mármore preto e branco.
Em 1891, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos autorizou a diocese de Soissons a homenagear os beatos com culto litúrgico, autorização que foi estendida à diocese de Chalons-sur Marne, em 1908.
Os cistercienses o inscreveram em seu menólogio na data de 29 de setembro, também conforme registro no Martirológio Romano. Somente os cistercienses da Congregação italiana de São Bernardo celebram sua festa no dia 28 de setembro.
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