A vida espiritual é aberta a todos. O estudo desta realidade, a teologia espiritual, é assunto novo nas faculdades de teologia. Ele leva-nos a conhecer a realidade espiritual e seu desenvolvimento. Como são realidades espirituais estudadas sob o ponto de vista intelectual, depende também do Espírito sopra onde quer. Sabemos que o crescimento é um fato natural na vida e, por isso, da vida espiritual. O crescimento da vida espiritual não se dá pelo aumento de práticas religiosas, mas do próprio ser humano que é carnal e spiritual. A história do povo de Deus, tanto no Antigo como em o Novo Testamento mostra que há crescimento. A Igreja cresce não pelo número de pessoas, mas por seu interior que possui um dinamismo que a leva sempre mais à perfeição. E nela, as pessoas crescem espiritualmente. Este dinamismo é o próprio Espírito que a faz crescer na resposta a Deus e em uma atuação mais fecunda no mundo. O crescimento é individual e coletivo. O crescimento individual está sempre ligado ao crescimento da Igreja, usando seus mesmos métodos e energias. Crescemos individualmente e, ao mesmo tempo, crescemos como corpo que é a Igreja como um todo e a Igreja presente onde estamos. Imaginemos os resultados se todos procuram crescer juntos. A espiritualidade não se confunde com formas, apesar de se manifestar através delas. Está em nós como a saúde física que faz viver e dá gosto para viver. Não é resultado de perfeição em tudo, mas tendência a ser cada vez mais coerente com a vida que escolhemos para chegar a Deus. As fragilidades físicas e espirituais fazem parte de nosso crescimento, desviando-nos de um perfecionismo idealista que não passa de teoria. O fundamental do crescimento espiritual é a opção por Cristo na Igreja concreta da qual participamos como “pedras vivas”.
Esforço de crescimento
O dinamismo interior é numa tendência e uma força de realização. Não é um simples desejo, mas um valor decisivo. “Não é um sonho que se delicia no vazio de algo imaginário, mas na execução real. É uma força de ação em um plano individual e comunitário. Exige a escolha de meios válidos e de instrumentos que tornam eficazes essas energias”. O esforço de crescimento supõe a maturidade de viver a opção que fizemos de realizar em nós e na comunidade as exigências do Reino de Deus. Não depende só de nós. Somos auxiliados pela graça divina e pelos dons pessoais que o Espírito Santo concede para o bem pessoal e da comunidade. É fortalecido também pela comunidade que assume conosco este crescimento. Como fazemos parte do Corpo de Cristo, participamos da vitalidade deste Corpo que, composto por membros vivos, fortalecem todo o Corpo. Não somos deixados a nossa sorte.
Um horizonte ao longe
“O dinamismo está ligado a metas e objetivos para os quais tende e se esforça para chegar”. O crescimento exige um futuro ao longe. Este futuro é o próprio Deus que é estimulo, força e ponto de atração. Como Jesus tinha como decisão fazer a vontade do Pai, nós também caminhamos nesta vontade. A meta é infinita, pois continuaremos crescendo na vida eterna “de glória em glória” (2Cor 3,18). Em Deus não há monotonia. Parar de crescer é retroceder. Sempre estaremos como que no começo da caminhada. Ele nos quer sempre vivos e ativos neste caminho.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM AGOSTO DE 2010
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