sábado, 1 de julho de 2023

Santa Regina de Denain, Viúva e religiosa - 1º de julho

Nos últimos tempos o nome de Regina foi muito apreciado, talvez só por soar bem. Mas poderia ser também pela realidade régia que ele exprime. Ou por causa de Nossa Senhora, que é chamada Rainha dos Mártires, das Virgens, dos Confessores etc.? Mas, será que alguém já pensou nas santas que tiveram esse nome? Pensou em dar por patrona a sua filha uma das santas chamadas Regina? Encontramos sobretudo duas. Ambas na França, em épocas diversas. Uma tem sua memória a 1º de julho. Viveu no século VIII, e descendia de ilustre família do Hainaut. Desposou o conde Adalberto d’Ostrevant e teve uma filha chamada Renfrida ou Reginfreda, que veio a ser abadessa do novo mosteiro de Denain e que, após sua morte, foi venerada como santa, festejada a 8 de outubro. O mosteiro de Denain fora fundado por Regina, ao ficar viúva, ainda jovem. Naquele mesmo mosteiro situado perto de Valenciennes, a própria condessa viúva tomou o véu de beneditina, santificando-se na oração e no trabalho. Quando a filha se tornou abadessa, Regina se submeteu de boa vontade à obediência para com aquela que gerara na carne e que agora se tornava sua mãe espiritual. A outra Regina, cuja memória é celebrada no dia 7 de setembro, é objeto de culto muito antigo. O manuscrito de Berna do Martirológio jeronimiano assim se exprime: “No território da cidade eduana, em Alísia, morte de santa Regina, mártir”. Isso supõe um culto em Alísia, antes de 628. O duplo testamento de Widerade, fundador da abadia beneditina de Flavigny, perto de Alísia (Costa do Ouro), mostra que por volta de 750 a Santa tinha uma basílica em sua honra, em Alísia, onde se achavam suas relíquias. Segundo as leituras litúrgicas do século IX, publicadas por um maurino, Dom Viole, em 1653, o corpo de Regina ficara algum tempo no lugar do martírio, fora de Alísia. Levado depois para a cidade, foi colocado num sarcófago de pedra, sobre o qual se edificou uma basílica, que se tornou lugar de peregrinação. Um mosteiro foi construído perto. Também uma igreja paroquial. As relíquias de santa Regina deram margem a muitas discussões. Acreditava-se estar seu corpo em Osnabruck; em 1648, por ocasião das negociações do tratado de Vestfália, o duque de Longueville conseguiu uma relíquia para Alísia. Mas Flavigny protestou. Em 1649, um médico constatou que o osso do braço (rádio) trazido de Osnabruck já se achava em Flavigny. Em 1693 o bispo de Autum impôs silêncio aos dois partidos, autorizando um e outro a expor suas relíquias. Em 1652, publicou-se um próprio de Osnabruck, no qual se substituiu em toda parte a Regina de Alísia por uma Regina companheira de santa Úrsula, substituição inteiramente arbitrária. O Martirológio Romano diz, no dia 7 de setembro: “Em Alísia, no território de Autum, santa Regina, virgem e mártir, que, sob o procônsul Olíbrio, sofreu os suplícios do cárcere e outros. Por fim, foi degolada e voou para junto do esposo”. 
Extraído do livro: Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
Santa Regina viveu na França no século VIII; descendia de importante família de Hainaut (região da França) e era sobrinha de Pepino o Breve. Um outro documento indica que Regina era filha ou parente do Rei Pepino, que dera a ela em dote o condado de Ostrevent.
     “Regina, princesa da corte da França (isto explica a coroa que ela usa), de tantas belezas quanto ao corpo, como de eminentes virtudes quanto à alma”, desposou o Conde Beato Aldeberto d’Ostrevent (1).
     Uma filha do casal, Renfrida, “educada santamente por seus pais, pediu-lhes para se consagrar inteiramente a Nosso Senhor Jesus Cristo, fazendo-se religiosa”. Alguns autores mencionavam outras filhas de Regina que seguiram a irmã mais velha na vocação religiosa. Mas, uma relação moderna diz “que é possível que o nome de ‘irmãs’ possa ter sido dado a outras companheiras de Renfrida, por terem abraçado a vida religiosa com ela”.
     Os pais, felizes com a resolução de sua filha, “fundaram e edificaram em 764 (754 ou 774) uma igreja e um claustro dedicados a Virgem Maria, em um local de seu condado chamado Denaing”, e também uma outra igreja para os habitantes, dedicada a São Martinho.
     A Abadia ficava perto de um cemitério merovíngio, na confluência dos rios Selle e Escaut, junto a uma fonte milagrosa cujas águas curavam a cegueira.  
     Após o falecimento de seu esposo, ali a condessa recebeu o véu de religiosa e, fazendo da santificação o objetivo de sua vida, se serviu da oração e do trabalho para atingi-la.
     Entretanto, sua filha Renfrida logo se tornou sua mãe espiritual, pois foi eleita abadessa do novo mosteiro. A santa mãe se submeteu de boa vontade, e assim aquela que fora mãe tornou-se filha espiritual. Renfrida também é venerada como santa e é celebrada dia 8 de outubro.
     Destas santas vidas muito pouco pode ser acrescentado, mas a antiguidade do culto a ambas nos confirma que grandes foram as suas virtudes silenciosas, e por isso foram veneradas, e a fama de suas virtudes atravessou os séculos.
\igreja de São Martinho, Denain
 (1) Ostrevent é uma região do norte da França entre Flandres e Hainaut francesas. 
http://www.santiebeati.it/dettaglio/92213

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