quinta-feira, 13 de julho de 2023

REFLETINDO A PALAVRA - “Recebei o Espírito Santo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
O Dom do Espírito
 
Cinquenta dias depois da Páscoa, os cristãos são convocados a celebrar uma festa que marca o amadurecer do tempo pascal e abre a um tempo que chamamos de comum, isto é, tempo em que vivemos a vida do Espírito. Deus é Uno e Trino. Uno na Divindade e Trino nas Pessoas. Toda ação de cada Pessoa da Trindade tem a atribuição de uma ação de Deus, mas as três Pessoas estão presentes, agindo junto a cada Pessoa. Por isso, o Espírito não está presente só em Pentecostes. Já na criação do mundo, o Espírito de Deus pairava sobre as águas para que tivessem vida (Gn 1,2). Está presente na história do povo de Deus. Foi Ele quem falou pelos profetas (profissão de fé). É Ele que fecunda o seio de Maria (Lc 1,35), mantém viva a esperança como em Simeão (Lc 2,25), unge Jesus no Batismo (Lc 3,22), e o conduz em sua missão (Lc 4,1). No dia de Pentecostes, unido à Páscoa de Jesus, vem sobre os discípulos, unidos a Maria no Cenáculo, Ele abre as fontes do coração de Deus para que a graça da redenção fecunde todo o universo. A manifestação do Espírito, terceira pessoa da Ssma Trindade, nos faz conhecer esta face do Deus único que é vida e se comunica. Jesus na noite soprou sobre os discípulos (Jo 20,22), como Deus soprara sobre o homem feito do barro para que tornasse alma vivente (Gn 2,7). É a nova criação. Cria os homens novos à imagem do Filho. Estando de portas fechadas recebem o Espírito. Abrem as portas e anunciam o Ressuscitado. O Espírito modifica o coração dos discípulos de medrosos para ardorosos anunciadores. Jesus os instruíra: “Quando o Espírito vier, ele vos conduzirá à verdade plena” (Jo 16,13). A missão do Espírito é colocar-nos em comunhão com a Trindade. Ele é o amor de Deus que jorra abundante para a Vida, como dissera: “de seu seio jorrarão rios de água viva. Ele falava do Espírito que deveriam receber os que nele cressem” (Jo 7,37-39). 
Santificais vossa Igreja 
O Corpo de Cristo, a Igreja, é composto de muitos membros. É o Espírito quem faz a coesão. Ela não é uma estrutura social, mas um mistério com Cristo. Mistério no sentido que o que era em Cristo agora age nela e por ela. Sua santidade está no seu Redentor que a purificou e fez bela para Deus (Ap 21,2). O Espírito a liberta das cadeias do mal e fortalece a fragilidade. O Espírito segue a Igreja em todos os caminhos, desde suas celebrações até sua implantação no meio dos novos povos. Vivemos o tempo do Espírito que é breve, pois o Esposo sempre chama sua esposa: Vem! (Ap 22,17). O Espírito nos leva a acolher as graças da redenção através dela que é seu sacramento. Em cada sacramento, no momento da epíclese (invocação do Espírito Santo), ela O recebe e comunica para que a graça continue agindo. Ele a envia em missão a todos os povos como no dia de Pentecostes. 
Espírito para o bem comum 
Participamos da vida e missão de Cristo como colaboradores do Espírito, unidos a Ele que habita em nós como em um templo (1 Co, 3,16). Estar cheio do Espírito Santo é ter a disposição de agir pelo Evangelho. O Espírito distribui os dons para a ação comum. Agir no Evangelho é colocar em ação os dons que recebemos. Deste modo poderemos falar em diversas línguas. Isto é a capacidade de dialogar com todo tipo de pessoas e realidades. Dialogamos oferecendo nossos dons para o crescimento do Corpo de Cristo. O único modo de crescer é sair de si para Deus entrar. Em cada missa comungamos para ser comunhão.
Leituras:Atos 2,1-11;Salmo 103; 
1Coríntios 12,3b-7.12-13; João 20,19-23 
1. Cinqüenta dias depois da Páscoa celebramos o amadurecer do tempo. Iniciamos o Tempo Comum, tempo do Espírito. O Espírito sempre esteve presente na história da Salvação, desde a criação, passando pelos profetas até chegar a Maria que é fecundada para nascer o Salvador. O Espírito conduz Jesus. No dia de Pentecostes vem sobre os discípulos e abre as fontes do coração de Deus. É o Deus que se comunica. O Espírito modifica o coração dos discípulos para a missão. O Espírito gera comunhão. 
2. O Corpo de Cristo é composto de muitos membros. O Espírito lhes dá coesão. A Igreja é um mistério com Cristo. Deus age nela e por ela. Ele a faz santa. O Espírito a segue em seus caminhos, desde a celebração ate à implantação no meio dos novos povos. O Espírito nos leva a acolher as graças da redenção. Em cada celebração ela o recebe e comunica. Ele a envia em missão. 
3. Participamos da vida e missão de Cristo como colaboradores do Espírito e unidos a Ele. Estar cheio do Espírito é ter a disposição de agir pelo Evangelho. O Espírito distribui dos dons para o bem comum. Podemos falar em diversas línguas, isto é, ter capacidade de dialogar com todo o tipo de pessoas e realidades. Dialogamos oferecendo nossos dons para o crescimento do Corpo de Cristo. 
Uma língua universal 
Rezamos na oração da missa para que se renovem, agora, as maravilhas operadas no início da pregação do Evangelho. As maravilhas de Deus sempre estiveram presentes na vida e na história do povo de Deus. Pentecostes é o auge da maravilha que foi a presença de Deus em nosso mundo e em nossas vidas. Começou um mundo novo. Lemos na Bíblia sobre a torre de Babel, que significa confusão. Ninguém se entendia mais nem falava a mesma língua. Em Pentecostes termina a confusão e nos é dada uma língua comum: a língua da reconciliação que é a capacidade de nos voltarmos uns aos outros e amar. O amor é a nova língua. Fazemos parte uns dos outros. Somos membros uns dos outros. O Espírito nos dá a Vida, aquela que está na Santíssima Trindade. Viver em Cristo é também missão: Com Ele vamos anunciar e implantar a reconciliação e a paz. Deixemo-nos guiar por Ele para que o Reino de Deus chegue a todos.
Homilia da Solenidade de Pentecostes (23.05.2010)

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