terça-feira, 11 de julho de 2023

REFLETINDO A PALAVRA - “Chamados na esperança”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Participantes da Glória
 
A Ascensão é um mistério de Cristo pouco valorizado. Mas é de vital importância para a realização de sua missão, pois, ressuscitado, vai à glória, junto do Pai para completar a missão no envio do Espírito. Este momento revela plenamente o mistério de Cristo. Ascensão é o mistério no qual vivemos com Cristo na Glória. Ele é o fim que ainda está no começo, isto é, temos, mas ainda não recebemos. Já, mas não agora. É o tempo da posse e da esperança. É a peregrinação dos membros do Corpo de Cristo para chegar a sua realização. Tem-se a impressão que é o encerramento. Não se pode pensar que Cristo se foi e encerrou sua missão. Pelo contrário Ele vem continuamente e atrai a si seus membros que somos nós. Cristo, nossa cabeça, subiu ao Céu, como lemos em Atos (1,1-11) “não para afastar-se de nossa humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade (Prefácio II da Ascensão). A Ascensão é progressiva para que cheguemos todos ao estado do homem perfeito, à medida de Cristo na sua plenitude” (Ef 4,13). Por isso os dois Anjos dizem: “Por que ficais aí, parados, olhando para o céu? Esse Jesus, que vos foi levado par ao céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (At 1,11). É preciso ouvir suas palavras: “Vós sereis testemunhas em Jerusalém... e até os confins da terra” (At 1,8). Os 40 dias após a Ressurreição, é o tempo propício para os discípulos serem testemunhas qualificadas de Jesus ressuscitado. Ascensão não é partida, mas glorificação. Deus se manifestou em nossa história na pessoa do Filho. Hoje se manifesta na celebração presidida pelo Filho e que abrange céu e terra. 
Corações ao alto (Pós-comunhão) 
A liturgia tem um incessante grito de Ascensão: “Corações ao alto! – Já os temos no Senhor!” (Prefácio). Ela é a força de atração que este mistério de Cristo exerce sobre a comunidade. Ele, junto do Pai, está sempre a interceder por nós (Hb 7,25). A aclamação Corações ao alto, significa a união com o coração de Cristo sacerdote na comunidade dos vivos que celebram. Realizamos o mistério como liturgia. Participamos da liturgia onde vamos buscar a água que brotou do lado de Cristo. Ela é o rio da vida que transborda entre nós. A força da celebração não está em sua estrutura e em seus ritos, cantos, criatividades, e sim em sua união com o Cristo que é o Sacerdote do novo culto ao Pai. A Ascensão coloca-nos nesta perspectiva: Celebramos no Céu, mas estamos na terra. Afastar-se é fugir do projeto de Deus. A Páscoa se torna assim mais poderosa e maior glória damos ao Pai. 
Mundo em missão 
Jesus diz aos discípulos; “Sereis minhas testemunhas. Sereis revestidos da força do Alto (Lc 24,48-49)”. O mistério da Ascensão está unido à missão de Jesus. Ele, a Cabeça, foi, mas deixou seu Corpo para continuar crescendo. A Ascensão é a energia pascal que expande pelo universo (Ef. 4,10). A Missão desmistificará as forças do mal. Somos chamados a descortinar o que somos, como escreve a carta aos Efésios. O mundo vai irresistivelmente para Deus. Vivemos a presença do Espírito que nos acompanha ensinado e recordando tudo o que Jesus ensinou. Estamos no tempo da alegria: Voltaram a Jerusalém com grande alegria, a mesma do nascimento, da ressurreição e, agora, de sua glorificação. 
Leituras:Atos 1,1-11;Salmo 46; 
Efésios 1,1-23; Lucas 24,46-53 
1. A Ascensão é um mistério de Cristo pouco valorizado. Mas é de vital importância para a realização de sua missão, pois, ressuscitado, vai à glória, junto do Pai para completar a missão no envio do Espírito. Revela plenamente o mistério de Cristo. É a peregrinação dos membros do Corpo de Cristo para chegar a sua realização. Ele atrai a si os membros que somos nós. A Ascensão é progressiva para que cheguemos todos ao estado do homem perfeito. Neste tempo somos testemunhas. 
2. Corações ao alto! É o brito da Ascensão. Ela é a força de atração que este mistério de Cristo exerce sobre a comunidade. Ele, junto do Pai está a interceder por nós. Estamos unidos ao Cristo que é o sacerdote na comunidade dos vivos que celebram. Nós realizamos o mistério como liturgia. A força da celebração não está em sua estrutura, mas em sua união a Cristo. Ele é o sacerdote do novo culto ao Pai. 
3. Sereis minhas testemunhas! Sereis revestidos da força do Alto. O mistério da Ascensão está unido à missão de Cristo. Ele, a Cabeça, foi, mas deixou seu Corpo para continuar crescendo. Ela é a energia pascal a descortinar o que somos. Vivemos a presença do Espírito que os acompanha ensinado e recordando tudo o que Jesus ensinou. 
Mudança de endereço 
Jesus, depois da Ressurreição, manifestou-se aos discípulos, para mostrar sua nova realidade. Ele está vivo. Passou da morte para a vida. Agora chegou o momento de voltar ao Pai. “Sabendo que de Deus viera e para Deus voltava” (Jo 13,3), diante deles, sobe ao Céu. É sua glorificação. Ele assumira nossa carne e, ao voltar, levou consigo nossa carne e nos deixou sua divindade. Estamos unidos a Ele. Sua glorificação é nossa glorificação. Estamos com Ele, junto do Pai. Ele não se afastou de nossa humanidade, mas nos dá esperança de estarmos com Ele na glória. Então nosso endereço mudou. Não é ficar olhando para o alto, como mandam os dois Anjos, na Ascensão. E sim para colocar nossas esperanças aonde Ele já chegou, nosso princípio e cabeça. Em nossos projetos temos que colocar sempre a razão definitiva de tudo o que fazemos: Viver a glória de participar da divindade daquele que uniu a si a nossa humanidade. Paulo nos chama a atenção para perceber as imensas riquezas desta vida cristã.
Homilia da Ascensão do Senhor (16.05.2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário