O presbítero Ferdinando Maria Baccilieri foi um zeloso operário na vinha do Senhor através do ministério paroquial, que exerceu com um estilo de vida íntegro. De pobre "pároco de aldeia", como gostava de se definir, orientou as almas através duma pregação vigorosa, na qual exprimia a sua profunda convicção interior. Desta forma, tornou-se ícone vivo do Bom Pastor.
Terciário da Ordem dos Servos de Maria, com uma devoção intensa e filial a Nossa Senhora, sobretudo à Virgem das Dores, quis inserir o nome de Maria no próprio título da família religiosa por ele fundada, as "Irmãs Servas de Maria de Galeazza". Agora o Beato Fernando Maria canta no céu, como escutamos no trecho do profeta Isaías, o seu "cântico de amor" pela vinha do Senhor.
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 03 de outubro de 1999
Nasceu no dia 14 de maio de 1821 em Campodoso di Reno Finalese (Finale Emilia, Módena) - Itália, Ferdinando Maria, o terceiro filho do casal Domingos Baccilieri e de Leonilde Dalla Bona.
O pequeno Ferdinando Maria Baccilieri teve sua iniciação religiosa já no dia seguinte com seu batizado na igreja paroquial de Reno Finalese, tendo na convivência familiar, seus primeiros ensinamentos de fé e de partilha. Em 11 de março de 1830, na paróquia de São Vital e Agrícola, recebeu o sacramento da confirmação pelo cardeal Carlos Opizzoni, arcebispo de Bolonha.
Ferdinando fez os estudos primários em casa, com professor particular, mas em 1833, iniciou o curso ginasial no colégio Santa Luzia, dos padres barnabitas. Com a mudança da família para Ferrara, prossegue seus estudos no colégio, recém-construído, dos jesuítas, onde sentiu o chamado à vida religiosa e missionária.
Torna-se sacerdote diocesano em 2 de março de 1844. Assume, “a contragosto”, a pequena paróquia de Galeazza em 25 de abril de 1852. Transformou o “contragosto” em amor profundo. Lá reconstruiu a igreja arquitetural e a Igreja “Povo de Deus”, através das numerosas missões populares, incentivava a fraternidade, o serviço, a devoção a Nossa Senhora, por quem era apaixonado, tornando-se fiel terciário da Ordem dos Servos de Maria.
Outra sua grande paixão foi a Eucaristia. Ele dizia: “A Eucaristia é remédio na doença, é nobreza na miséria e é vida na morte”. Gostava também de afirmar: "É preciso trabalhar, não pensar no bem feito, mas naquilo que resta para fazer". Em sua atividade conta com a colaboração de muitas pessoas, dentre elas as jovens que fazem parte da Terceira Ordem dos Servos de Maria, que algum tempo depois, sentem-se animadas a Viver uma vida Fraterna, impulsionadas pelo desejo de servir a Cristo e aos irmãos, professando os votos de Pobreza, Castidade e Obediência seguindo Cristo, como Maria. Surge assim a Congregação das Irmãs Servas de Maria de Galeazza, em 23 de junho de 1862.
Padre Ferdinando Maria, como reconhecimento ao seu trabalho, teve audiências privadas com dois papas; em 1877 com papa Pio IX e em 1888 com o papa Leão XIII, e sempre sua ação pastoral recebeu elogios pelas autoridades eclesiásticas e cívicas.
Ele viveu o Evangelho por meio do Serviço, da contemplação, da caridade, da sede de Deus, do anseio pelo reino, da abertura a grandes horizontes, da prudência, da simplicidade, da obediência, da humildade, do humorismo, da amizade, da oração profunda, constante e perseverante, do anúncio da Palavra e da escuta de Deus e dos irmãos.
Seu falecimento aconteceu no dia 13 de julho de 1893, em Galeazza, enquanto fazia sua oração matinal “acordando a aurora” (Sl 107,3), Deus o chamou para viver a missão sem fim no céu.
A sua obra, fruto da sua docilidade ao Espírito, não morreu. Hoje vive em cinco países como Itália, Alemanha, Brasil, Coréia do Sul e Indonésia
A Igreja reconheceu a sua Santidade e o Papa João Paulo II o declarou bem aventurado no dia 03 de outubro de 1999 na praça de São Pedro Roma.
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