Ainda iluminados pelas luzes e cantos do Natal, acolhemos a Manifestação do Filho de Deus a todos os povos representados por estes homens misteriosos que chamamos de Magos, isto é, sábios. Manifestação traduz a palavra grega “Epifania”. Estamos dentro do contexto e conteúdo do Natal. Realiza-se a profecia de Isaias com respeito à recuperação da cidade santa: “Sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti” (Is 60,2). Mateus, ao relatar o fato, faz eco a essa profecia dos povos que vêm a Jerusalém. O Apóstolo Paulo anuncia como um segredo agora revelado: “Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho” (Ef 3,6). Esse mistério oculto, agora é revelado. A liturgia acentua este aspecto de revelação não como um fato passado, mas a todos os tempos: “Ó Deus, que hoje revelastes vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela” (Oração). E também: “Revelastes, hoje, o mistério de vosso Filho como luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação. Quando Cristo se manifestou em nossa carne mortal, vós nos recriastes na luz de sua divindade” (prefácio). Esses homens da ciência foram capazes de encontrar em seus estudos a verdadeira ciência que é o conhecimento daquele que os capacitou. Souberam encontrar o Messias e foram procurá-lo. Quanto seria bom que nossos cientistas, intelectuais e homens de poder fossem sábios como estes grandes homens de Oriente. Paulo se refere a eles: “Orgulhando-se de possuir a sabedoria, tornaram-se tolos” (Rm 1,22). Esses homens do Oriente, tem o que nos ensinar, pois souberam escapar do uso indevido do poder (Mt 2,12). Os Magos e nós hoje: não se trata de uma historinha bonita como o presépio. É um compromisso de anunciar o evangelho aos povos. A estrela é o sinal do Filho do Homem. Estará sempre mostrando o caminho.
Vocação do mundo, a unidade
Esse relato tem muito a ver com a vocação do Universo: Em sua imensidão e pluralidade está em harmonia. Tudo se dirige a Cristo, centro do universo, “pois n’Ele aprouve a Deus fazer habitar toda plenitude e reconciliar por Ele e para Ele todos os seres, da terra e do céu” (Cl 1,19-20). O mundo só vai conseguir realizar sua vocação e cumprir sua missão a partir da fé em Jesus, pois n’Ele somos um. Ele será o Guia: “E tu Belém... não és a menor das cidades de Judá, pois de ti sairá um que será o guia que apascentará Israel, o meu povo” (Mq 5,1; Mt 2,6). Magos vêm do Oriente. Oriente é de onde surge Sol. Ele é o Sol da justiça. A justiça de Deus é a misericórdia do alto que nos vem visitar (Lc 1,78). A missão de cada um que crê é anunciar estas maravilhas.
Presentes para Deus
Deus nos deu um presente: Uma estrela surge dos acampamentos de Judá (Nm 24,17). A alegria dos Magos é o sinal da salvação que receberam. Ninguém caminha para Cristo sem encontrá-lo. Cristo sempre á causa de nossa alegria. Os Magos trouxeram seus presentes. Os dons são o reconhecimento, a homenagem e a adoração alegre. Deus nos dá o Filho como presente. Há entre nós e Deus uma troca de presentes: Ele nos dá a divindade e não damos a humanidade. Em cada Eucaristia recebemos esse dom.
Leituras: Isaias 60,1-6;Salmo 71;
Efésios 3,2-3ª.5-6;Mateus 2,1-12.
1. Celebramos a Epifania, isto é, a Manifestação do Senhor aos povos representados pelos Magos, isto é, sábios. Está dentro do contexto do Natal. Realizam-se as profecias. Paulo diz que recebeu a graça de realizar este plano de Deus de admitir os pagãos à mesma herança como membros do mesmo corpo, associados à mesma promessa em Cristo. A liturgia acentua este aspecto de revelação. Esses sábios encontram o Menino em seus estudos e o buscaram. Os nossos cientistas poderiam seguir seu exemplo. Para nós é um compromisso de fé anunciar o evangelho aos povos.
2. O relato tem a ver com a vocação do Universo: harmonia e unidade. Ele é o centro para o qual de dirige o Universo. Ele será o Guia. Ele é o Sol da Justiça que é sua misericórdia.
3. Deus nos deu um presente: um Astro que surge dos acampamentos de Judá. Jesus é a Astro. A alegria dos Magos é sinal da salvação que receberam. Ninguém caminha para Cristo sem encontrá-lo. Os Magos trouxeram dons. Deus retribui o presente, dando o Filho. Há uma troca de presentes: nós damos a humanidade e Ele nos dá a divindade.
Bobos, nem de cara.
O Natal de Jesus não é só o momento em que Ele nasce na gruta. O tempo do Natal envolve o nascimento em Belém, a visita dos Magos na Epifania, o Batismo no Jordão e ainda, esquecido a manifestação aos discípulos em Caná. O tempo do Natal é o tempo da manifestação.
Homens misteriosos aparecem em Jerusalém procurando um rei que acabava de nascer. Foi um susto, sobretudo a Herodes, rei malvado. Tinha poder, mas não sabia onde iria nascer o Rei dos judeus. Então explicaram para ele. Ele acolheu os Magos e os enviou a Belém para depois ir lá também adorar. Que nada! O que queria mesmo era pegar e matar o Menino. Foram viram e voltaram por outro caminho. Espertos. Entenderam as intenções do rei.
Essa cena bonita manifesta o desejo de Deus de que seu Filho seja conhecido por todos os povos. São Paulo afirma que a salvação é para todos os povos, não para um povinho que não entendeu sua missão universal.
Homilia da Sol. da Epifania do Senhor (03.01.2010)
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