A liturgia clama pela vinda do Salvador: “Derramai, ó céus, lá do alto, o vosso orvalho... Abra-se a terra e produza a salvação” (Is 44,8). Deus nos deu um Salvador, Jesus. Na oração da missa de hoje pedimos: “Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo pela mensagem do Anjo a Encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua Paixão e Cruz, à glória da Ressurreição”. Celebramos o único mistério de Cristo que celebra sua Manifestação. O Mistério Pascal de Cristo acontece em sua amorosa “obediência” à vontade do Pai, como proclama a carta aos Hebreus: “Ao entrar no mundo ele afirmou: Eis-me aqui! Eu vim ó Deus para fazer tua vontade. Graças a esta vontade é que somos santificados” (Hb 10,5-10). Maria participa deste mistério de obediência ao dizer: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Torna-se cheia do Espírito Santo. A Palavra viva no seio de Maria comunica a Isabel o Espírito que faz exultar o menino João. Ela é a arca da aliança que tem a presença de Deus. Isabel, cheia do Espírito, proclama a bem-aventurança da fé que acontece em Maria: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Em Maria, é toda a humanidade que acolhe o Salvador. Em Isabel, toda humanidade proclama a fé de Maria. A redenção chega a todo o Universo por Jesus que nos vem pela Mãe do Senhor. O Espírito que fecundou o seio de Maria e encheu de júbilo Isabel e o menino que estava em seu seio, fecunda sua Igreja na celebração do Natal para que ela, fiel como Maria, possa acolhê-lo e manifestá-lo.
Comunidade de amor
Não podemos contemplar a cena da visita de Maria a Isabel como uma cena de comadres que se ajudam na gravidez de um menino temporão. A primeira caridade é levar a graça da Salvação. A visita é a celebração da efusão do Espírito e da bem-aventurança da fé de Maria, a Filha de Sião, ícone de toda humanidade grávida do Filho de Deus. Em Maria se realiza a profecia de Isaias: “Ele será chamado Emanuel, que quer dizer, Deus conosco” (Is 7,14 e Mt 1,23). O gesto amoroso de Maria para com sua prima é uma irrupção do Espírito. Todo gesto de amor que a comunidade dos fieis realiza, será sempre uma presença do Espírito que continua dando a certeza que Deus não nos abandona, como ouvimos em Miquéias (Mq 5,2). Somos convidados a deixar que o Espírito irrompa em nossa vida, e que nos tornemos dóceis à Palavra divina que traz o Salvador. Como Maria a Igreja diz: “eis a serva do Senhor!” (Lc 1,38). Neste momento o Espírito Santo geral nela o Filho de Deus.
Natal, um mistério de obediência
A obediência recebeu uma marca negativa no correr da história. A obediência de Jesus que contemplamos na segunda leitura é a abertura à vontade de Deus. Procurar a vontade de Deus é ser obediente. A vontade de Deus não escraviza ou coíbe os projetos humanos. Ela promove o ser humano, como conduziu Jesus à plena realização do projeto de Deus e se tornou para nós redenção e santificação. Celebrar o Natal é abrir-se e acolher a manifestação da eficaz misericórdia de Deus, como escreve Paulo a Tito (Tt 2,11). Ela nos ensina a assumir um modo de vida correspondente ao que Cristo ensinou em seu Natal. Pela obediência de Cristo somos santificados; por nossa abertura a Deus vivemos este mistério.
Leituras: Miquéias 5,1-4ª; Salmo 79;
Hebreus 10,5-10; Lucas 1,39-45
1. A liturgia clama pela vinda do Salvador. O mistério do Natal é o único Mistério Pascal de Cristo em sua dimensão de Manifestação que acontece em sua amorosa obediência à vontade do Pai. Maria participa deste mistério com sua obediência: “Faça-se em mim”. É repleta do Espírito Santo. A Palavra comunica o Espírito a João. Ela proclama a fé de Maria. A redenção chega ao Universo por Jesus que nos vem pela Mãe do Senhor. O mesmo Espírito fecunda a Igreja na celebração do Natal para acolhê-lo e manifestá-lo
2. A visita de Maria a Isabel não é uma cena de comadres que se ajudam. A primeira caridade é levar a graça da Salvação. A visita é a celebração da efusão do Espírito e da bem-aventurança da fé de Maria, ícone da humanidade grávida do Filho de Deus. Todo gesto de amor é uma irrupção do Espírito que dá a certeza de que Deus não nos abandona.
3. A obediência de Cristo é abertura à vontade de Deus. Procurar a vontade de deus é ser obediente. A obediência não escraviza. Ela liberta e conduz à plena realização do projeto de Deus e se torna santificação. Celebrar o Natal é abrir-se e acolher a manifestação da misericórdia de Deus. Pela obediência de Cristo somos santificados; por nossa abertura a Deus vivemos este mistério.
Conversa de mulheres.
E que conversa boa!
Estamos na preparação próxima do Natal, pois entre os dias 17-24 é o tempo desta preparação. A liturgia faz-nos conhecer melhor aquele que há de vir. Lemos hoje, no evangelho, a visita de Maria a Isabel. Esta visita não se trata só de um gesto natural de alguém que faz a grande caridade de ajudar uma senhora que dá à luz. Maria leva no seio o Salvador que dá o Espírito a João, seu primo.
Isabel, cheia do Espírito Santo, proclama a presença de Deus em Maria. Chama-a de Mãe de Deus. O Menino que está no seio de Maria cumpre a vontade do Pai, cumpre a profecia: Ele nascerá em Belém e estabelecerá a paz!
As leituras são um grito de júbilo da Igreja que reconhece o Salvador presente em seu seio e no coração de seus filhos.
Homilia do 4º Domingo do Advento (20.12.2009)
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