Evangelho segundo São João 16,29-33.
Naquele tempo, disseram os discípulos a Jesus: «De facto, agora falas abertamente, sem enigmas.
Agora vemos que sabes tudo e não precisas que ninguém Te faça perguntas. Por isso acreditamos que saíste de Deus».
Respondeu-lhes Jesus: «Agora acreditais?
Vai chegar a hora — e já chegou— em que sereis dispersos, cada um para seu lado, e Me deixareis só; mas Eu não estou só, porque o Pai está comigo.
Digo-vos isto, para que em Mim tenhais a paz. No mundo, sofrereis tribulações. Mas tende confiança: Eu venci o mundo».
Tradução litúrgica da Bíblia
Eremita e missionário no Saara
§ 66, salmo 33
Tende paz em Mim!
Como obteremos a paz?
A paz perfeita só se encontra no Céu.
Aqui na Terra, temos sempre de travar guerra contra o diabo, contra a nossa natureza corrompida, contra alguns seres humanos… Mas, por outro lado, mesmo aqui na Terra, devemos estar em paz: em paz com Deus, pelo seu soberano amor e a sua santa vontade, pela perfeita aceitação de tudo o que acontece, a perfeita conformidade com a sua vontade bem-amada, essa vontade que é Ele; em paz connosco mesmos, resistindo às tentações, mantendo a nossa consciência pura, sem nada a condenar-nos; em paz com os outros, amando-os e permanecendo seus amigos mesmo quando são nossos inimigos, rezando pelas suas almas num sentimento de amizade e paz enquanto nos perseguem ou somos obrigados a resistir-lhes ou a atacar os seus erros e vícios.
Um dos melhores meios para conservar a paz, seja com Deus, seja connosco mesmos, seja com os outros homens, é o silêncio. O silêncio recolhe-nos, dá-nos espírito de oração, deixa a nossa alma livre para se lançar em voo para Deus, longe das discussões humanas; este silêncio favorece a oração, a união a Deus, a paz profunda da alma, que já não vive para o mundo, mas que está perdida, mergulhada em Deus… O silêncio ajuda-nos infinitamente a ter paz connosco mesmos: ele corta pela raiz muitos pecados e uma multidão de distrações. Ajuda-nos a guardar a paz com os homens, impedindo que haja discussões, contendas, divergência de sentimentos nos relacionamentos, maledicências, enfim, todas as dissensões e todos os desentendimentos, todos os rancores que vêm da palavra.
Meu Deus, concedei-me a graça de ter esta paz, a paz da alma que não procura senão a Vós, não quer senão Vós, se separa de todos os ruídos vãos da Terra e encontra em Vós a verdadeira paz, a única paz que podemos ter neste mundo.
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